A revista de moda Elle decidiu banir as peles das páginas de todas as suas edições internacionais num movimento para apoiar o bem-estar animal e reflectir a mudança de gostos, sobretudo das gerações mais jovens, disse a publicação esta quinta-feira. Em Portugal, a revista e o site foram descontinuados em Fevereiro passado, tendo a edição de Março/Abril sido a última a ir para as bancas.

Saudando um “futuro livre de peles”, a vice-presidente e diretora internacional da Elle, Valeria Bessolo LLopiz, disse à Reuters: “É uma grande oportunidade para aumentar a consciência para o bem-estar animal, estimular a procura de alternativas sustentáveis ​e inovadoras, e promover uma indústria da moda mais humana.”

Cada uma das 45 edições globais da revista assinou um regulamento para proibir o conteúdo editorial que promove peles de animais nas suas páginas impressas, nos sites e redes sociais, avançou Bessolo LLopiz na conferência Voices 2021 promovida pelo site especializado em moda, The Business of Fashion. O proprietário da Elle, Lagardère Group, colaborou com a Humane Society dos Estados Unidos, Humane Society International e Creatives4Change na redação do novo regulamento.

Nos últimos anos, várias casas de moda e retalhistas anunciaram que estavam a deixar de usar peles de animais, respondendo quer à pressão de grupos defensores dos direitos dos animais, quer às novas gerações, mais preocupadas com a protecção e sustentabilidade do planeta. Em Setembro, o conglomerado de luxo Kering anunciou que todas as suas marcas deixariam de usar peles de animais nas suas colecções, quatro anos depois de a sua marca Gucci ter feito essa mudança.

“A pele parece estar desactualizada e não está mais na moda, especialmente para a Geração Z, que é o alvo de ouro da indústria da moda e do luxo”, defendeu Bessolo LLopiz. “A Geração Z quer que a moda seja responsável, ética e inovadora, e é isso que está acontecendo.”

Fundada em 1945, a revista Elle é publicada actualmente em todo o mundo. Treze edições já implementaram o novo regulamento, enquanto outras 20 o farão a partir de Janeiro. As restantes vão aderir a partir de Janeiro de 2023.