Gucci vai deixar de usar peles

Casa italiana decide procurar outras alternativas ao couro.

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Reuters/Leonhard Foeger

A partir do próximo ano, a italiana Gucci vai deixar de usar peles, juntando-se assim a um número crescente de casas de moda que procuram outras alternativas, depois de serem pressionadas pelos activistas dos direitos dos animais, mas também pelos consumidores que, quanto mais jovens, mais exigentes com estas questões.

A Gucci, que faz parte da Kering, um grupo de luxo com sede em Paris, tem feito desfilar nas passarelles luxuosos casacos de peles e, há dois anos, o director criativo Alessandro Michele apresentou mochilas com pêlo de canguru. Agora, a marca declarou que vai fazer um leilão de caridade para vender todos os acessórios e roupas feitas com pele ou pêlo.  

Os activistas pelos direitos dos animais já vieram congratular-se com a decisão e esperam que outras maisons sigam o seu exemplo. "A decisão de Gucci mudará radicalmente o futuro da moda", disse Simone Pavesi, responsável da LAV, uma organização não governamental italiana de defesa dos animais. "À medida que a moda se torna cada vez mais ética, as cadeias de produção que giram em torno dos animais serão uma coisa do passado", acrescenta.

Em Junho, a Yoox Net-A-Porter, uma plataforma de marcas de luxo online, adoptou uma política de não vender roupas ou acessórios de proveniência animal. Há um ano, o italiano Giorgio Armani comprometeu-se a deixar de usar peles, dizendo que o progresso tecnológico significa que não há mais nenhuma justificação para a crueldade com os animais.

Muitas marcas e outros grupos de luxo, como o LVMH – proprietária da Louis Vuitton – estão mais exigentes com as suas políticas sobre como o couro proveniente de curtumes é obtido, depois de uma série de escândalos sobre como os animais são tratados nessas quintas onde são produtivos com o intuito de lhes ser retirada a pele.

Recorde-se que a francesa Hermès foi apanhada numa polémica, há dois anos, quando uma fazenda de crocodilos, usada para fornecer peles para uma das suas malas mais famosas, foi acusada de práticas cruéis.