Sem saber o que comer ao pequeno-almoço? Estas três granolas portuguesas são uma boa opção

A Eattitude, a Nolita e a Trinca são granolas biológicas, sem açúcar refinado e sem glúten.

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A granola da Nolita usa um adoçante feito a partir de milho fermentado DR
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As quatro granolas da Nolita: crunchy, sporty, berry e nutty DR
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Recentemente, a marca lançou também panquecas DR
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As granolas da Eattitude: a Volúpia com cacau e gengibre; a Exuberante de coco; a Egoísta com ananás e hortelã; a Surreal de café e avelã; a Elegante com Tâmaras, Quinoa e Goji e a Reguila com Arroz Tufado DR
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O arroz tufado foi desenvolvido a pensar nas crianças DR
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A granola de Arandos e Coco da Trinca não leva cereais, apenas frutos secos e fruta desidratada DR
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A fundadora da Trinca, Lia Fernandes, sugere que se utilize a granola para completar alguns pratos, de forma a economizar DR
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Nas saladas, acrescentar granola pode parecer improvável, mas acrescenta um toque crocante DR

Pão com manteiga e um galão ou cereais com leite são o pequeno-almoço de muitos portugueses. E a granola? Nos últimos anos este preparado com cereais e frutos secos tornou-se popular, quer seja para comer com leite ou com iogurte. As prateleiras dos supermercados estão repletas de opções, umas mais saudáveis, outras nem tanto. O PÚBLICO reuniu três granolas portuguesas: a Eattitude, a Nolita e a Trinca. Em comum têm o facto de serem biológicas, sem açúcar refinado e sem glúten.

Eattitude: saudável, mas com “muito sabor”

Há nove anos, Catarina e Tomás Borges Castro começaram a fazer as suas próprias granolas. A filha de ambos, Carlota, tinha começado então a introduzir os alimentos e Catarina não encontrava no mercado papas que satisfizessem as suas necessidades. “O que havia ou não tinha sabor nenhum, ou estava carregado de açúcar”, recorda, em conversa com o PÚBLICO.

Foi então que começou a fazer a sua granola, que triturava para fazer papas. Foi inventando cada vez mais combinações e, em 2015, começou a vendê-la a amigos e conhecidos. Dois anos depois, no começo de 2017, inauguraram a Eattitude. “Não havia assim tanta oferta biológica e as embalagens eram todas sem graça. A nossa atitude era ‘comer saudável é intenso’”, explica Catarina Borges Castro.

Em dois meses já estavam presentes em nove lojas, ainda a fazer todas as granolas em casa. A marca cresceu rapidamente e em Maio desse mesmo ano inauguravam a primeira fábrica, em Alcabideche. Durante algum tempo venderam em exclusivo nas lojas Celeiro. Agora, encontram-se também em grandes superfícies e têm uma loja online. Recentemente mudaram a fábrica para Cantanhede, perto de Coimbra, onde há não só mais espaço, como também mais mão-de-obra.

Mas o que distingue a Eattitude de outras granolas no mercado? Além de ser feita em produção manual, o mais caseira possível, com ingredientes biológicos, “é o sabor”, garantem os empresários. “O que queremos fazer é aliar os dois pilares, saudável e sabor. Não vamos ser fundamentalistas, a vida é para ser vivida com intensidade”, defende. É por esse motivo que utilizam açúcar de coco. As combinações disponíveis são simples, com sabores consensuais, mas nomes menos comuns: a Volúpia com cacau e gengibre; a Exuberante de coco; a Egoísta com ananás e hortelã; a Surreal de café e avelã; a Elegante com Tâmaras, Quinoa e Goji e a Reguila com Arroz Tufado, a pensar nos mais pequenos.

E por que nem só de granolas se faz um pequeno-almoço, as panquecas uma novidade na marca e há quatro sabores — simples, canela, cacau e alfarroba com coco. Inspirados pelos filhos, Catarina e Tomás desenvolveram também o arroz tufado de aveia e mel e aveia e cacau, para substituir os tradicionais cereais de pequeno-almoço carregados de açúcar.

Nolita: Açúcar? Nem vê-lo

Há alguns anos, Fernanda Vasconcelos decidiu mudar para uma alimentação mais saudável, mas deparou-se com um problema de que falava Catarina Borges Castro — a falta de sabor. “Então comecei a fazer eu os meus pequenos-almoços e lanches. Ao domingo acordava cedo e fazia granola, pão, barritas, bolachas”, reaviva. A granola era o que mais sucesso fazia entre quem experimentava as suas invenções culinárias e começou a perceber que, afinal, não era só uma necessidade sua.

Fernanda Vasconcelos trabalhava na área do marketing e sentia-se estagnada a nível profissional. Começou a procurar mais sobre a área de produção alimentar e concorreu a um programa de incubação para start-ups. Em 2019, a Nolita foi umas empresas seleccionadas e Fernanda Vasconcelos deixou o emprego para se dedicar a 100% ao projecto. “Percebi que as pessoas tentam alimentar-se de forma mais saudável, mas não estão disponíveis para sacrifícios”, observa a empresária, que trabalhava na área do marketing.

Por isso, a conveniência é uma característica de todos os produtos da Nolita. As granolas, por exemplo, estão disponíveis em embalagens individuais para levar para o trabalho. São quatro sabores — crunchy, sporty, berry e nutty — feitos sobretudo com “muitos frutos secos e sementes”. São todos “sem glúten, biológicos e sem açúcar adicionado”, garante Fernanda Vasconcelos.

O adoçante usado é umas particularidades que distingue a marca. Em vez de usar mel ou açúcar de coco, a empresária recorre a um adoçante natural feito a partir de milho fermentado. Este tipo de adoçante, garante, dá sabor, mas não acrescenta calorias. Isto porque, na sua opinião, “as pessoas estão cansadas da promessa ‘ que isto é saudável e é bom’. A verdade é que a alimentação saudável sempre teve um grande défice de sabor”.

Há uma granola a pensar em quem quer diminuir a quantidade de hidratos de carbono ingeridos, a sporty, feita sobretudo com sementes de abóbora, de girassol, linhaça e amêndoas. A novidade na marca são as panquecas, que primam por usar farinha de tremoço, rica em proteína e fibra, sendo que o cacau é, claro, o sabor favorito dos mais novos.

Para já, a Nolita encontra-se disponível em algumas lojas biológicas, na loja online do Casal Mistério e na plataforma própria.

Trinca: “altamente saciante”

À semelhança de o que aconteceu com a Eattitude, também a Trinca nasceu graças ao filho de Lia Fernandes e Paulo Jerónimo, há nove anos. O menino sofria de eczema e os pais encontraram na alimentação uma aliada para o controlo do problema. “O açúcar e o trigo tinham um impacto brutal na saúde dele”, recorda a mãe. Por isso, toda a família passou a evitar esses ingredientes. A mudança na saúde, garante a empresária ao PÚBLICO, “foi brutal”.

Começaram a vender a granola num mercado em Belém, em Lisboa, aos fins-de-semana, e rapidamente chegaram a algumas lojas biológicas. Há nove anos, havia poucas marcas deste segmento produzidas em Portugal e a Trinca diferenciou-se por ser “altamente saciante”, explica Lia Fernandes, que deixou o emprego de directora criativa numa empresa de moda portuguesa. “Em termos técnicos somos uma das marcas que usamos mais frutos secos, em comparação com aveia. A média do segmento de aveia é 70% e nós usamos apenas 30% de cereal”, destaca.

A atenção com os ingredientes é outro dos destaques da Trinca, que disponibiliza seis sabores de granola: maçã, passas e especiarias; gengibre, limão e alperce; figo e noz; góji e amêndoa; arandos e coco; e cacau e framboesa. Além de granolas, também fazem pão sem glúten e bolachas, mas esses produtos só estão disponíveis na loja da marca em Torres Novas, localidade onde fabricam também todos os produtos de forma manual, “o mais artesanal possível”.

Para quem acha que a granola é um produto caro — cada caixa de 400 gramas da Trinca pode custar entre 7,30€ e 9,65€ — Lia Fernandes deixa algumas sugestões: “O que sugerimos é usar a granola como condimento. Como é muito mais saciante do que uma granola só de aveia, pode comer-se menos”. Em vez de comer granola só com iogurte, pode pôr duas colheres de sopa por cima das papas de aveia ou acrescentar a saladas para dar um toque crocante.

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