Deputados e políticos italianos apelam à ilegalização de grupos pró-fascismo

Tomada de posição acontece um dia depois de manifestantes de extrema-direita terem invadido e destruído a sede do maior sindicato de Itália em Roma.

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Danos do ataque de manifestantes de extrema-direita na sede da CGIL na capital italiana MASSIMO PERCOSSI/EPA

Deputados e políticos italianos de esquerda apelaram este domingo à imposição de medidas para banir grupos pró-fascismo, um dia depois de manifestantes anti-vacinas, incitados por líderes de extrema-direita, terem invadido em Roma a sede do maior sindicato de Itália.

Doze manifestantes foram detidos, segundo anunciou a polícia italiana, incluindo Giuliano Castellino, líder do partido de extrema-direita Forza Nuova.

Cerca de 10 mil pessoas manifestaram-se no sábado contra a exigência imposta pelo Governo de que qualquer trabalhador seja obrigado a possuir um “passe verde” para entrar no respectivo local de trabalho a partir da próxima sexta-feira.

Os certificados certificam que uma pessoa recebeu, pelo menos, uma dose de uma vacina anti-covid-19, recuperou recentemente do vírus ou foi testada negativamente num prazo de 48 horas.

Giuliano Castellino foi alegadamente um dos membros da Forza Nuova que exortou os apoiantes a invadirem a sede nacional da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL). Isto porque os sindicatos em Itália apoiaram os “passes verdes”.

Dezenas de manifestantes utilizaram paus, barras de metal e bandeiras italianas enroladas, com que forçaram a entrada e destruíram o interior do espaço.

Centenas de manifestantes entraram, mais tarde, em confronto com a polícia, quando tentavam chegar à praça exterior ao Palácio Chigi, residência oficial do primeiro-ministro, perto do Parlamento italiano.

Depois de invadirem a sede do CGIL, os manifestantes dirigiram-se para a Via Veneto, em Roma, uma avenida onde está instalada a embaixada dos Estados Unidos em Itália.

Entre as vozes que apelaram à ilegalização dos grupos pró-fascismo está a de Giuseppe Conte, antigo primeiro-ministro italiano e líder do movimento anti-sistema 5 Estrelas, que se manifestou com apoiantes em frente à sede da CGIL neste domingo.

Um deputado do Partido Democrata, Emanuele Fiano, anunciou que irá apresentar uma moção no Parlamento na segunda-feira apelando ao Governo do primeiro-ministro Mario Draghi para que ilegalize por decreto o Forza Nuova e movimentos semelhantes.