Whatacookie!, as bolachas americanas estão a conquistar o Porto
A inspiração vem das cookies de Nova Iorque. A diferença? Estas são “mais altas”, “mais sequinhas” e “mais recheadas”, garante Duini, um dos criadores. A marca tem sido um sucesso na cidade.
Foi numa viagem a Nova Iorque, em 2018, que Arthur Chiuratto, de 27 anos, e Duini Chiuratto, de 31, provaram as cookies amanteigadas na Levain Bakery, que recebera o título de melhor local para as comer na cidade norte-americana. Perceberam de imediato que queriam recriá-las, mas com um toque só deles: queriam que fossem “um pouco mais altas”, “mais sequinhas” e com mais recheio do que as tradicionais, conta Duini à Fugas. Passaram um ano a testar receitas até chegarem à ideal. O casal luso-brasileiro a viver no Porto desde 2019 criou, este ano, a Whatacookie!, que faz chegar estas bolachas a todo o país.
As receitas da família e a pesquisa na Internet ajudaram a chegar à bolacha perfeita. “Começámos a partilhar com amigos e familiares e chegámos a levar [cookies] para o Brasil para saber a opinião deles”, conta Duini. Para fazer esta bolacha, “o segredo é a proporção, que é importante para garantir a estrutura da cookie, para não esparramar”, explica. E como é conseguida? “Depois de a massa estar feita (em cerca de 20 minutos), como é muito amanteigada, é preciso deixá-la no frigorífico por uma hora, no mínimo.” A seguir só tem de ir ao forno a 180º graus por uns dez a 12 minutos. Arthur e Duini utilizam ingredientes locais e nacionais, à excepção do chocolate, que é belga. O objectivo é que o produto seja, um dia, 100% nacional.
A Whatacookie! nasceu em Junho, durante a pandemia, e tem sido um sucesso. É desde essa altura que a cozinha de casa de Arthur e Duini é o espaço de trabalho diário entre as 9h e as 12h. Arthur é formado em Administração de Empresas e trabalha na área em part-time, tem algumas formações em cozinha, além de ter aprendido com uma das avós, que o fez apaixonar pela cozinha. Duini é formado em Marketing e trabalha como freelancer. A divisão de tarefas foi simples: Arthur está encarregado da confecção, enquanto Duini se dedica à gestão das redes sociais da marca. Ambos querem “trazer uma comunicação mais descontraída” à marca e, por isso, chamaram-lhe Whatacookie!, a pensar na “brincadeira de uma expressão famosa americana para espanto em relação a algo”.
Arthur e Duini estão atentos às encomendas recebidas durante todo o dia através do Whatsapp ou do Instagram. Geralmente têm algumas bolachas já preparadas da fornada anterior, daí conseguirem garantir o stock. Por dia, em média, costumam fazer duas a três fornadas e cada uma delas leva cerca de 30 bolachas. Cada bolacha tem 170 gramas e custa quatro euros por unidade.
Durante todo o ano, há bolachas disponíveis em cinco sabores: Chip & Nuts (cookie de baunilha com pepitas de chocolate negro e nozes), Dark Almond (cookie de chocolate com pepitas de chocolate negro e amêndoas), Raisin & Oats (cookie de baunilha com flocos de aveia e sultanas), Ruby Coconut (cookie de baunilha com pepitas de chocolate ruby e lâminas de coco) e as Vegan Chips (cookie com pepitas de chocolate negro e raspas de laranja do Algarve). Estas últimas surgiram pela “preocupação em democratizar o consumo” e são as bolachas mais vendidas, seja a veganos ou não-veganos. Há a possibilidade de encomendar uma caixa de três cookies por dez euros. De um modo geral, “as vendas têm sido boas”.
“Estamos atentos ao consumo e ao paladar daqui. Sabemos que as bolachas não são um produto consumido regularmente pelos portugueses, por isso a nossa intenção é sempre trazer sabores sazonais e locais”, diz Duini, acrescentando que Arthur está “sempre a experimentar novos sabores”. Para o Natal apostaram em “releituras” de clássicos natalícios portugueses. Criaram as edições limitadas Rei e Rainha, inspiradas no bolo-rei e no bolo-rainha, o Red Velvet e o Ginger Bread, que é vegano.
As bolachas têm um prazo de validade reduzido, por não terem conservantes adicionados. Podem ser consumidas até um máximo de três dias à temperatura ambiente. Se o cliente quiser, pode congelá-las até três meses. Precisa apenas de um saco hermético ou adequado para o congelador e, quando for a consumir, “basta deixar em temperatura ambiente por duas horas e aquecer no forno por três a cinco minutos ou no microondas por 15 a 25 segundos”. “Não perde características e fica com a mesma consistência.” Além das cookies, a marca tem uma novidade: o WhataBrownie!, um brownie que combina cookie, bolacha oreo e brownie. É vendido em caixa com três unidades por oito euros, que tem de ser encomendado com um dia de antecedência.
A Whatacookie! identifica-se como a primeira marca do Porto especializada em cookies. “Quando chegámos cá, fizemos uma pesquisa e encontrámos poucas opções de cookies à venda. Eram vendidas dentro de pastelarias, confeitarias e era pouco convencional. Percebemos que era uma proposta inédita de produto”, explica Duini.
As encomendas podem ser feitas pela manhã ou pela tarde e as entregas realizam-se todos os dias das 9h às 12h no Porto e em concelhos próximos, como Maia, Vila Nova de Gaia e Matosinhos. Dependendo da agenda, pode ainda receber a encomenda no mesmo dia, que lhe é entregue por um estafeta ou pelos próprios donos. O preço das entregas é calculado pela quilometragem, mas não ultrapassa os 2,50 euros. Se morar noutra zona do país tem de fazer o pedido até às 11h e recebe o pedido via CTT até às 24h seguintes, depois de enviado. Os portes de envio vão depender do peso do produto.
No início do próximo ano, a Whatacookie! vai abrir a primeira loja física no centro histórico do Porto. “A ideia é que não seja só um negócio da cidade do Porto, mas que seja em Portugal. Queremos ter plataformas de entregas ao domicílio e gostávamos de abrir outras lojas pelo país, que fosse franchising”, conclui.
Texto editado por Sandra Silva Costa