De volta ao tribunal, Johnny Depp nega que tenha agredido a ex-mulher

Em nova audiência no Supremo Tribunal de Londres, o actor norte-americano nega ter agredido Amber Heard, ao se ter irritado com a actriz por o ridicularizar por causa de uma das suas tatuagens.

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Johnny Depp nega ter agredido a ex-mulher, Amber Heard LUSA/NEIL HALL

No julgamento que opõe a estrela de Piratas das Caraíbas, Johnny Depp, ao tablóide britânico The Sun, assim como à editora News Group Newspapers e ao editor-executivo Dan Wootton, o actor declarou não ter agredido a ex-companheira, a actriz Amber Heard, num episódio de alegada violência doméstica, em 2013.

A advogada do tablóide, acusado de difamação pelo actor devido a um artigo que o apelidava de ser um “agressor da mulher”, mencionou durante o segundo dia de julgamento que, depois de meses de sobriedade, Johnny Depp terá tido uma recaída e ficou furioso com Amber Heard quando ela se riu de uma das suas tatuagens que diz “Winona forever” (em português, “Winona para sempre”) – uma referência à sua ex-namorada e actriz Winona Ryder –, e que o actor alterou para “Wino forever” (uma alusão a alguém que consome muito vinho). Nessa sequência, a estrela de Hollywood terá agredido várias vezes a ex-mulher.

“Não é verdade. Não aconteceu”, afirmou Depp em tribunal. “Não me recordo de nenhuma discussão sobre as minhas tatuagens.” O jornal, pelo contrário, afirma a veracidade dos acontecimentos, acrescentando que Amber Heard disse que Depp a esmurrou, lhe deu bofetadas e a pontapeou durante os seus acessos de raiva, fazendo-a temer pela sua vida. Na origem das agressões estarão os ciúmes, álcool e drogas.

No seu discurso de defesa, o actor acusou a ex-mulher de mentir, alegando que ela o atacou, cortando-lhe parte de um dedo. Negou ainda que se torna “num monstro” quando está sob a influência de álcool e drogas. Embora Amber Heard não faça parte do julgamento em questão, uma vez que se foca actualmente na acusação de difamação de Depp ao The Sun, o ex-casal acusa-se mutuamente de um controlo obsessivo na relação e violência.

Os advogados de Depp, liderados por David Sherborne, afirmaram numa declaração escrita que “ela [Heard] é que era a abusadora, não ele” e que se tratava de uma pessoa “altamente complexa e agressiva, que sofria de alterações de humor extremas, provocava discussões sem fim e que tinha acessos de fúria violentos”.

Entre as provas apresentadas ao tribunal pelos acusados está uma declaração pormenorizada do consumo excessivo de álcool de Depp, da sua utilização de estupefacientes, os gastos mensais de cerca de 30.000 dólares (aproximadamente 26.500 euros) em vinho e um relato de Depp a dizer que já tinha “experimentado todas as drogas conhecidas pelo Homem”.

O casal conheceu-se nas filmagens da longa-metragem The Rum Diary (em português, Diário a Rum), em 2011, e casaram-se em Fevereiro de 2015. Heard pediu o divórcio em 2016 e o casal chegou a acordo fora dos tribunais em 2017. O julgamento vai prolongar-se por três semanas e é um dos primeiros a decorrer presencialmente desde que o Reino Unido levantou algumas das restrições do confinamento obrigatório devido à pandemia da Covid-19.