Azul Clássico é a cor do ano 2020. Calma, confiança e afinidade são os sentimentos, que, segundo a Pantone, a cor inspira. O instituto da cor, responsável anualmente pela definição da cor do ano, salienta ainda que este tom de azul realça “o nosso desejo por alicerces estáveis e confiáveis”.
“Vivemos num tempo que requer confiança e fé. É esse tipo de perseverança e confiança que está expresso na Pantone 19-4052 Azul clássico, um azul sólido e fidedigno no qual podemos sempre depender”, diz em comunicado a directora executiva da Pantone, Leatrice Eiseman.
Um aliado à concentração e à claridade mental, o azul clássico promete recentrar os pensamentos e promover a resiliência. Com o avançar da tecnologia, a mente humana tende a gravitar para cores “honestas”, com uma promessa de protecção.
Há mais de 20 anos, que a cor do ano da Pantone influencia as tendências das múltiplas áreas, desde a moda, à decoração, ao design industrial e gráfico. Para chegar à escolha, os especialistas do instituto passam a pente fino o mundo à procura das novas influências de cor.
Este ano, pode dizer-se, que a escolha é segura, sem arriscar demasiado. Em 2019, a cor do ano foi o coral. O azul clássico reflecte o estado de espírito da humanidade, “perpetuamente stressada”, como definiu a Pantone numa apresentação recente, citada no New York Times.
A justificação para o stress permanente não foi dada pela Pantone. A vice-presidente do instituto, Laurie Pressman, garantiu ao New York Times que o objectivo não foi passar uma mensagem política, nem evocar o Brexit, no Reino Unido, ou o Partido Democrático, nos EUA.
As críticas face à cor do ano também se fazem sentir. Regina Lee Blaszczyk, professora de história e autora do livro The Color Revolution, classifica, numa entrevista ao New York Times, a cor do ano como “um esforço de marketing, por parte da Pantone”. A professora universitária compara ainda a cor do ano como uma forma de “tornar uma cor numa celebridade”. O impacto que esta tem nas pessoas foi também posto em causa por Blaszczyk que, garante, apenas as “pessoas que estão interessadas em roupa e em moda” se interessam pelo assunto e não acredita que uma pessoa normal na rua preste qualquer atenção”.