Esta semana, foi anunciado que a brasileira Valentina Sampaio iria participar no catálogo da linha Pink da Victoria's Secret (VS), tornando-se na primeira modelo transgénero a trabalhar com a marca de roupa interior. Mas a sua contratação tem sido avaliada como um movimento cínico da marca para atenuar as criticas à falta de diversidade.
É que a contratação da modelo surge depois da polémica que envolveu o director de marketing da VS, Ed Razek, que numa entrevista à Vogue no ano passado admitiu que a marca não tinha necessariamente de ter pessoas trans no seu desfile. Agora, depois das notícias de que Valentina é a primeira modelo trans na Victoria's Secret, Ed Razek deixa a marca. O anúncio do seu despedimento foi feito pela presidente da L Brands (empresa-mãe da VS), Leslie Wexner, que enviou uma nota à comunicação social.
Na publicação de 2018, Razek justificou que “o desfile é uma fantasia. É um especial de entretenimento de 42 minutos”. “Nós comercializamos para as pessoas a quem vendemos e não comercializamos para o mundo inteiro”, defendeu, mencionando que a marca tinha tentado fazer um especial de modelos plus size em 2000 e que “ninguém tinha interesse”.
Os comentários não foram bem recebidos e a marca partilhou pouco depois um pedido de desculpa escrito por Razek , 71 anos, na primeira pessoa. Mas, de acordo com o The Guardian, depois da polémica as audiências do desfile de 2018 dos “anjos” (o mais importante da marca) caíram a pique e, no início do ano, a empresa confirmou que, após uma quebra de 7% nas vendas, iria encerrar 53 lojas na América do Norte. Uma situação que os analistas explicam pela concorrência de novas marcas de roupa interior e pelo facto desta marca não ter deixado de reproduzir a mesma fórmula de sempre.