Valentina Sampaio voltou a fazer história. Depois de se ter tornado na primeira modelo transgénero a fazer a capa da Vogue francesa, a brasileira de 22 anos é agora a primeira modelo trans a trabalhar com a famosa marca de lingerie Victoria's Secret.
A notícia de que iria integrar o catálogo da linha Pink foi dada pela modelo no seu Instagram, onde recebeu inúmeros comentários de incentivo, um deles da colega brasileira Lais Ribeiro, um dos “anjos” da marca.
A novidade surge num momento delicado para a Victoria's Secret, depois de ter sido anunciado, pela modelo australiana Shanina Shaik, que o mais importante desfile anual da marca tinha sido cancelado este ano.
Nos últimos anos, especialmente na sequência do movimento #MeToo, a marca tem sido bastante criticada pela falta de diversidade. No ano passado, em entrevista à Vogue, o director de marketing da Victoria's Secret, Ed Razek, defendeu que a marca não tinha necessariamente de ter pessoas trans no desfile. “Bem, porque não? Porque o desfile é uma fantasia. É um especial de entretenimento de 42 minutos”, justificou. “Nós comercializamos para as pessoas a quem vendemos e não comercializamos para o mundo inteiro”, defendeu, mencionando que a marca tinha tentado fazer um especial de modelos plus-size em 2000 e que “ninguém tinha interesse”.
Os comentários não foram bem recebidos e a marca viu-se obrigada a publicar um pedido de desculpas escrito por Razek.
Entretanto, no início do ano, a empresa confirmou que, após uma quebra de 7% nas vendas, iria encerrar 53 lojas na América do Norte. Uma situação que os analistas explicam pela concorrência de novas marcas de roupa interior e pelo facto da marca não ter deixado de reproduzir a mesma fórmula de sempre. Agora, parece que por fim a empresa está decidida a diversificar e a mudar a fórmula.