Manuel Valls, ex-primeiro-ministro francês, quer ser candidato nas eleições legislativas pelo movimento de Emmanuel Macron, recém-eleito Presidente de França.

“Serei candidato da maioria presidencial” nas legislativas, anunciou na RTL o socialista, que já na primeira volta das presidenciais tinha apoiado Macron, que foi seu ministro da Economia.

"Este Partido Socialista está morto. Ficou para trás, não representa a sua história e os seus valores”, disse ainda Valls, citado pelo Le Monde, afirmando que vai inscrever-se no movimento “En Marche!” de Emmanuel Macron, que nas legislativas assumirá o nome de “La République en Marche!”.

Para Valls, é fundamental que Macron possua no Parlamento "uma maioria grande e coerente" "para que possa governar".

Logo após o anúncio de Valls, o porta-voz de Emmanuel Macron, Benjamin Griveaux, disse à Europe 1 que o ex-primeiro-ministro “ainda não foi investido pela Comissão de Investidura do En Marche!”. “Tem de entregar a sua candidatura como qualquer um, porque as regras são iguais para todos.”

Esta opção de Manuel Valls é uma prova das divisões no PS francês, que corre sérios riscos de se desfazer: os leais a Valls podem juntar-se a Macron, a corrente de esquerda ficar com Hamon e unir-se aos ecologistas e talvez a Mélenchon, criando uma nova força à esquerda e partir para a oposição ao novo Presidente.

As legislativas de Junho são vistas como uma espécie de terceira volta das eleições presidenciais, já que vão ditar se o novo Presidente terá maioria para governar ou se terá de o fazer em minoria ou coabitação.