Putin e Trump prometem “cooperação construtiva”
Kremlin diz que os dois líderes manterão contacto telefónico.
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Presidente russo, Vladimir Putin, prometeram “cooperação construtiva” num telefonema esta segunda-feira, segundo o Kremlin. Os dois combinaram ainda manter contacto telefónico.
O que poderia ser a relação entre Putin e Trump foi alvo de muita especulação durante a campanha, com o republicado a ser claramente o candidato favorito de Putin. No entanto, esta ideia não é consensual no Kremlin, já que a imprevisibilidade de Trump deixa o campo aberto e muito mais sujeito a variações do que se a vencedora tivesse sido a democrata Hillary Clinton.
Esta característica de Trump ser diferente dos políticos tradicionais foi notada numa das primeiras tarefas do Presidente eleito, que é ligar a líderes internacionais. Nos primeiros telefonemas de Trump estiveram chefes de Estado ou de Governo de Irlanda, Turquia, Índia, Japão ou México, assim como Egipto, Israel, Austrália ou Coreia do Sul, segundo o Washington Post. Um dia mais tarde, Trump falou com a primeira-ministra britânica, Theresa May, e com a chanceler alemã, Angela Merkel (que na primeira declaração prometeu cooperação com Trump “com base nos valores mútuos: democracia, liberdade, respeito pela lei e dignidade do ser humano independentemente da sua origem, cor de pele, religião, género, orientação sexual ou posição política”).
O Washington Post diz que a ordem dos telefonemas de Trump causou imediato mal-estar: o facto de ter ligado primeiro ao primeiro-ministro da Irlanda, Enda Kenny (aparentemente pelas ligações entre a embaixada irlandesa e o antigo mayor de Nova iorque Rudy Giuliani, aliado do Presidente eleito), foi visto como uma atitude de menosprezo para com a britânica May.
No caso de Trump, dada a enorme incerteza de que Presidente americano terá o mundo, todos os passos são vistos com especial atenção. No sábado, recebeu Nigel Farage, o líder do britânico UKIP: o primeiro político estrangeiro a ser recebido pelo Presidente eleito foi um populista que se ofereceu para “fazer a ponte” entre o Governo britânico e o próximo presidente dos Estados Unidos (uma oferta que, sem surpresas, o executivo de May recusou).
A relação Washington-Moscovo está bastante desgastada com desacordos vários, desde presença da NATO em países do Leste europeu até ao desacordo total quanto à guerra na Síria. O que juntando-se às críticas de Trump à Aliança Atlântica – o candidato tinha-se referido aos enormes custos da NATO para as finanças norte-americanas e tinha prometido rever a participação – tem causado especial preocupação na Europa. Entretanto, Obama afirmou que na sua primeira conversa com trump este afirmou o seu compromisso para com a NATO.