Obama diz que Trump mostrou compromisso com a NATO

Presidente norte-americano dá a primeira conferência de imprensa desde vitória de Donald Trump.

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Obama frisou que o poder dos EUA não se deve apenas ao Presidente JONATHAN ERNST/Reuters

Na primeira conferência de imprensa após a vitória de Donald Trump, o Presidente norte-americano, Barack Obama, prometeu uma transição ordeira de poder e em vésperas de viagem pela Europa tentou descansar os líderes europeus, dizendo que Trump está empenhado na NATO. E falou ainda do que poderá ser a reacção do seu partido à derrota.

A primeira questão foi sobre a viagem que Obama está prestes a fazer a vários países europeus. Questionado sobre o que irá dizer sobre Donald Trump, Obama respondeu com uma das maiores preocupações, dizendo que da sua conversa com o Presidente eleito ouviu do seu interesse e compromisso em manter a NATO.

Mas também disse que “das coisas optimas sobre os Estados Unidos é que o Presidente é o líder, o porta-voz da nação, mas a influência e o trabalho é resultado não só do que faz o Presidente, mas de várias interacções, de militares, diplomatas, funcionários dos serviços secretos, etc”.

E, em relação à Aliança Atlântica, sublinhou que esta não foi questionada por sucessivas administrações republicanas ou democratas, e que é necessária “não só para a Europa, é vantajosa para os EUA e fundamental para a estabilidade mundial”.

Obama foi ainda questionado sobre a derrota democrata na campanha. “Acredito que temos ideias melhores. Mas acho que as ideias não importam se as pessoas não as ouvem. Dada a distribuição de população temos de competir em todo o lado, aparecer em todo o lado, fazer movimentos de base”, declarou.

Sobre a vitória de Donald Trump, Obama declarou que “será um lembrete de que as eleições são importantes, que fazem diferença”. Para Obama, Trump está agora a tentar um equilíbrio entre o discurso de campanha e a responsabilidade de governar. Agora, depois de uma campanha fracturante, é importante que o próximo Presidente dê “sinais de unidade”, declarou Obama.

Obama afirmou ainda que o essencial é ter uma transição ordeira mas nesta inclui o que faz a América ter sucesso, e uma dessas coisas é a imigração. Porque é “boa para a nossa economia, mantém o país jovem e dinâmico” e, mais, “é parte da razão pela qual a América tem tido sucesso”.

À questão de se “alguma coisa o preocupa num presidente Trump”, Obama fez uma introdução sobre como em sua opinião “Trump não é ideológico, é pragmático”, e lembrou que não basta um Presidente querer para conseguir tornar uma política realidade, como ele próprio sabe dos dois primeiros anos em que governou com maioria no Congresso e ainda assim não conseguiu algumas medidas. 

“Mas claro que tenho preocupações: temos opiniões diferentes numa série de questões”.

Agora, concluiu, “vem a parte difícil, a parte da governação”. E a mensagem de Obama nesta conferência de imprensa é que deixa um país “mais forte” do que o que herdou há oito anos – na segurança, no ambiente, nos cuidados de saúde, na economia, enumerou. E uma Administração “ética”, que saiu “sem nenhum grande escândalo”.

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