Samsung desliga Galaxy Note 7 da ficha
A marca de telemóveis sul-coreana pediu aos retalhistas para pararem de vender o modelo e poderá mesmo retirar definitivamente o Galaxy Note 7 do mercado.
Quando o número de pré-vendas do novo Samsung Galaxy Note 7 ultrapassou o número de aparelhos disponíveis em armazém, a maior fabricante de telemóveis do mundo estava longe de imaginar que esse seria o menor dos seus problemas.
Depois de ter pedido aos clientes que desligassem os telemóveis com o modelo Galaxy Note 7, a Samsung confirmou durante a manhã desta terça-feira o fim da produção deste modelo, devido aos problemas que têm levado os equipamentos a desligarem-se sozinhos e algumas baterias a incendiarem-se durante o carregamento. O jornal norte-americano The New York Times escreve que a produção vai mesmo parar definitivamente.
"Reajustámos recentemente o volume de produção para reforçar a investigação e o controlo de qualidade, mas colocamos a segurança dos consumidores como prioridade máxima e tomámos a decisão final de parar a produção do Galaxy Note 7", anuncia a empresa em comunicado citado pela AFP.
A Reuters também adianta, citando uma fonte próxima não oficial, que a marca sul-coreana poderá mesmo retirar este produto definitivamente do mercado, algo que ainda não está confirmado.
De acordo com alguns analistas e segundo as primeiras estimativas, esta decisão poderá causar à Samsung prejuízos na ordem dos 17 mil milhões de dólares, cerca de 15,3 mil milhões de euros.
A Samsung pede ainda a todos os vendedores e transportadores dos seus produtos electrónicos para deixarem de vender ou trocar o modelo de smartphone, que o PÚBLICO testou em Agosto em Londres, antes de serem conhecidos os seus problemas de bateria, e com que a marca sul-coreana contava competir com o mais recente produto da adversária Apple, o iPhone 7.
A informação de que a produção do modelo seria interrompida já tinha sido avançada esta segunda-feira pela agência de notícias sul-coreana e é agora confirmada pela fabricante de telemóveis.
Até dia 2 de Setembro, os casos detectados limitavam-se a 35 aparelhos, mas o número continuou a aumentar e a empresa anunciou a retirada de 2,5 milhões de unidades. À data, a Samsung suspendeu as vendas e adiou o lançamento em Portugal, estipulando um prazo de duas semanas para a resolução do problema.
No entanto, poucos dias depois, um novo comunicado reforçava o pedido aos clientes para que substituíssem urgentemente os modelos.
Ao mesmo tempo, várias companhias aéreas proibiram a utilização do Samsung Note 7 durante os voos, por questões de segurança. A 5 de Outubro chega o relato de que os passageiros de um voo norte-americano tinham sido evacuados depois de um Galaxy Note 7 ter começado a deitar fumo dentro do avião.
Em 2015, a Samsung era classificada pela Forbes como a 15.ª empresa mais confiável do mundo, uma posição que deverá ser afectada pelos problemas com Galaxy Note 7, um modelo que se tornou um sinónimo de “perigo” e insegurança para os consumidores. Para encontrar uma referência ao Galaxy Note 7 na página da Samsung Mobile no Twitter é preciso recuar até o dia 30 de Agosto. Depois disso, as publicações da página tornam-se menos frequentes.
Antes deste anúncio, a empresa já estava com as acções em queda na Bolsa de Seul, com o valor da empresa a cair 8,04% - a maior perda em oito anos.