A empresa sul-coreana Samsung vai pedir a todos os retalhistas e transportadores dos seus produtos electrónicos para deixarem de vender, ou de trocar, o Galaxy Note 7, "enquanto decorrerem as investigações" sobre as razões que levam os equipamentos a desligarem-se sozinhos e algumas baterias a arderem durante o carregamento.

Num comunicado publicado no seu site, uma das grandes concorrentes no mercado de telemóveis pede mesmo aos utilizadores para que desliguem os equipamentos do modelo em causa. 

A empresa acrescenta, na mesma nota, que “está a trabalhar com revelantes corpos regulatórios” para investigar as anomalias registadas e que estão a ser uma dor de cabeça, com a multiplicação de relatos de que os problemas persistem com os equipamentos de substiuição que nas últimas semanas foram entregues aos consumidores queixosos.

O Note 7 deveria constituir um triunfo para a Samsung, actualmente o maior frabicante de telemóveis do mundo. Desencadeou uma onda de críticas que pareciam particularmente favoráveis, ao mesmo tempo que analistas e especialistas advertiam que os iPhones, da Apple, iriam ser um pouco menos espectaculares este ano. Porém, o nome do telefone tornou-se sinónimo de perigo, levando a Samsung a trabalhar em conjunto com a autoridade americana de supervisão de segurança dos produtos de consumo, a Consumer Product Safety Commission. Esta agência aconselhou os consumidores a deixarem de usar os telefones. Além disso, houve também a recomendação da Federal Aviation Administration para que os aparelhos não fossem usados - ou sequer ligados - durante os voos, o que significa que, diariamente nas ligações aéreas efectuadas nos EUA, pelo menos um milhão de pessoas ouvem um aviso de segurança relativo ao Galaxy Note 7.

Numa reportagem transmitida pela emissora televisiva WKYT, o norte-americano Michael Klering contou como apanhou o susto de uma vida quando, por volta das quatro da manhã de quinta-feira, acordou com o quarto cheio de fumo e o telemóvel a arder.