Samsung volta a ser assombrada por relatos de Galaxy Note 7 a arder
Depois de ter retirado vários telemóveis do mercado no mês passado, a fabricante sul-coreana já foi confrontada com dois incidentes em aparelhos de substituição nos EUA.
O Galaxy Note 7 continua a ser uma fonte de dores de cabeça para a Samsung. Depois de ter sido forçada no mês passado a suspender as vendas em alguns mercados na sequência de queixas sobre telemóveis que se desligavam sozinhos e baterias que ardiam durante o carregamento, os problemas continuam com os aparelhos de substituição.
Numa reportagem transmitida pela emissora televisiva WKYT, o norte-americano Michael Klering contou como apanhou o susto de uma vida quando, por volta das quatro da manhã de quinta-feira, acordou com o quarto cheio de fumo e o telemóvel a arder.
Klering, de Nichollasville, no Kentucky, um dos clientes a quem a Samsung enviou um telemóvel de substituição, tinha o aparelho há pouco mais de uma semana. “O telemóvel supostamente era uma substituição, por isso pensámos que era seguro. Não estava ligado à corrente, não estava a fazer nada, estava ali pousado, simplesmente”, contou Klering, acrescentando que acabou por ir parar ao hospital por estar a vomitar uma substância negra. Viria a ser diagnosticado com bronquite aguda, segundo disse à repórter da WKYT.
Este é o segundo relato em poucos dias de problemas com telemóveis Note 7 de substituição. Na quarta-feira foi notícia que um destes aparelhos pegou fogo num avião da Southwest Airlines que deveria voar de Louisville, no Kentucky, para Baltimore, no Maryland. “Um passageiro relatou que havia fumo a sair de um aparelho electrónico. Todos os passageiros e a tripulação foram evacuados com sucesso”, disse à BBC uma porta-voz da companhia aérea.
Em comunicado, a Samsung anunciou que estava a investigar o incidente: “Depois de analisarmos o aparelho, teremos mais informação para partilhar”, adiantou a empresa. No mês passado a fabricante sul-coreana já tinha assegurado que identificou e resolveu os problemas relacionados com os Galaxy Note 7.
O jornalista de tecnologia da BBC Dave Lee diz que a empresa enfrenta uma crise de proporções globais e nota que esta última situação levanta “questões sérias sobre a sua obrigação de proteger o público”. No caso de Michael Klering, a empresa poderá ter de se preparar para uma batalha legal.
O norte-americano disse à WKYT que a Samsung também lhe pediu que lhes entregasse o telefone, o que ele recusou, pelo que a fabricante aceitou pagar as despesas de um raio-X ao aparelho. Klering adiantou que pensava que a Samsung estava verdadeiramente disponível para ajudá-lo até ter recebido uma mensagem de texto de um responsável da empresa que não lhe era dirigida. “Posso tentar empatá-lo, se acharmos que é melhor. Ou então deixemo-lo continuar a ameaçar-nos e vamos ver se avança realmente”, lê-se na mensagem divulgada na reportagem televisiva.
“Isso fez-me pensar que eles não estão a levar o assunto a sério e que é preciso fazer alguma coisa”, afirmou Klering, adiantando que está à procura de ajuda legal. “Estes aparelhos estão nos bolsos dos miúdos, nos carros das pessoas, em todo o lado (...) a Samsung tem de fazer alguma coisa para tirá-los do mercado”, queixou-se.
Questionada pela WKYT, a Samsung respondeu que “todas as queixas são levadas a sério”. “Queremos garantir ao senhor Klering que estamos a fazer o possível por ajudá-lo. A segurança dos nosso clientes continua a ser a nossa prioridade”, declarou a empresa.