Roubini considera que Portugal precisa de “mais apoio da troika

Economista acredita que Portugal vai passar por uma reestruturação da dívida, se a actividade económica não voltar a crescer.

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Roubini considera que os problemas fundamentais não foram resolvidos DR

Para Roubini, que se notabilizou por prever uma crise financeira global com origem nos EUA, entende que, “provavelmente, Portugal precisará de mais apoio da troika e, devido aos seus esforços, deverá recebê-lo”. De acordo com declarações à margem de uma conferência em Paris, que o Jornal de Negócios cita, o economista considera que, tal como aconteceu com a Grécia, Portugal “provavelmente merece” que a zona euro reveja as condições do resgate.

As declarações do economista, professor na Universidade de Nova Iorque, surgem um dia depois de os ministros das Finanças da zona euro prometerem avaliar a possibilidade de prolongar os prazos para Portugal reembolsar os empréstimos europeus no quadro do resgate financeiro, à semelhança do que foi acordado para a Grécia em Novembro.

O ministro das Finanças português, Vítor Gaspar, assegurou na segunda-feira, depois da reunião do Eurogrupo, ter o apoio da zona euro em relação ao pedido feito aos parceiros europeus. Terminada esta terça-feira a reunião do Ecofin (onde se reúnem os ministros das Finanças dos 17 países do euro), o comissário europeu responsável pelo euro, Olli Rehn, disse que a Comissão Europeia é favorável à extensão dos prazos de reembolso dos empréstimos, tendo em conta o princípio assumido pelo Conselho Europeu em Julho de 2011.

Nouriel Roubini – que tem alertado para o risco de ruptura da união monetária europeia, chegando mesmo a admitir que a Grécia e Portugal poderão sair da zona euro – avisa que a reestruturação da dívida portuguesa poderá materializar-se dentro de dois a três anos, se a economia portuguesa não voltar a crescer. “Isso poderá ser necessário e até mesmo desejável no espaço de dois ou três anos”, disse, segundo o Expresso.

Roubini não arrisca previsões sobre o regresso de Portugal aos mercados financeiros. “Em comparação com a Grécia, estão num caminho mais certo, mas a recessão continua e o desemprego está muito elevado. Não sei se o acesso aos mercados vai ocorrer tão cedo”, sublinha, segundo o Jornal de Negócios.

A zona euro, diz, continua a enfrentar fragilidades, porque “os problemas fundamentais não foram resolvidos”. Os países em dificuldades continuam a aplicar programas de austeridade, “o valor do euro continua muito alto”, existe uma crise de crédito e “a confiança dos consumidores e o ambiente de negócios é muito medíocre”, enumera.
 
 
 
 
 

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