Luaty Beirão já está a receber tratamento contra a malária
Activista foi transferido para as enfermarias do hospital-prisão de São Paulo, disse o director dos Serviços Penitenciários de Angola.
O activista Luaty Beirão foi transferido na noite de sexta-feira para as enfermarias de um hospital-prisão de Luanda e já começou a ser tratado contra uma uma infecção de malária, disse à Lusa o porta-voz dos Serviços Penitenciários de Angola, Menezes Kassoma.
Protestando contra a transferência para o hospital-prisão de São Paulo, Luaty Beirão recusara-se a receber tratamento, mas Kassoma garantiu que o activista já aceitou a medicação contra a malária fornecida pela sua família, bem como o soro disponibilizado pela prisão.
"Está a ser tratado e medicado, e está estável", acrescentou o responsável angolano, cenário corroborado pela mulher de Luaty Beirão, Mónica Almeida, que disse à Lusa que o estado de saúde do marido chegou a ser "crítico".
Até sexta-feira, já com a infeção diagnosticada, Luaty Beirão mantinha-se seminu a dormir no chão da cela daquele hospital-prisão no centro de Luanda, exigindo regressar à prisão de Viana, nos arredores de Luanda, de onde foi levado à força no dia 4 de Maio. "Eu não quero ir para um sítio só porque supostamente tem melhores condições para nós, quando a maior parte dos reclusos vive encarcerado com condições precárias", terá dito Luaty Beirão, citado numa mensagem publicada na sua página oficial no Facebook.
Outros detidos no mesmo processo, como Nélson Dibango e Albano Evaristo Bingo Bingo, opuseram-se também a esta transferência, que as autoridades justificam com as queixas que os detidos vinham fazendo das condições na prisão de Viana.
Para aceitar receber tratamento, Luaty Beirão teria exigido que a direcção dos serviços prisionais se comprometesse por escrito a devolvê-lo depois à prisão de Viana, reivindicação que, tanto quanto se sabe, não foi atendida.
O rapper foi condenado em Março a cinco anos e meio de prisão, juntamente com 16 outros activistas, por "actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores". Quase todos eles foram detidos em Junho do ano passado numa reunião em que discutiam o livro Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura – Filosofia Política da Libertação para Angola, do académico Domingos da Cruz.