Luaty Beirão está doente e recusa medicamentos

O activista sofre de malária e está em protesto contra a sua transferência de cadeia.

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Luaty Beirão foi condenado a cinco anos de seis meses de prisão Paulo Pimenta

O porta-voz dos Serviços Penitenciários de Angola, Menezes Cassoma, confirmou ao jornal online Rede Angola que o activista Luaty Beirão está doente e recusa ser medicado.

"Segundo as análises feitas, está confirmado que o Luaty Beirão tem paludismo, mas ele se nega a fazer a medicação, permanecendo simplesmente com uma box [cuecas], embora nos períodos nocturnos tem estado a cobrir-se com um lençol", disse o porta-voz.

Numa mensagem divulgada na página em nome de Luaty Beirão no Facebook é referido que o activista sofre de febre, calafrios e convulsões. E que continua o protesto contra a transferência da prisão de Viana para São Paulo (onde funciona o hospital-prisão). Esta transferência de vários activistas dos 17 condenados por actos preparatórios para uma rebelião foi contestada pelos próprios, que disseram não querer ser levados para um local com melhores condições do que as restantes cadeias angolanas.

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Luaty Beirão foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão e decidiu iniciar um protesto contra a sua transferência, tendo permanecido de boxers e imóvel, o que já lhe tinha provocado um quadro clínico de dores de costas. Também não come os alimentos da prisão, tendo sido autorizado a comer os que a família lhe leva.

Numa das últimas cartas que escreveu, refere o Rede Angola, sublinhou que a sua única exigência é "um compromisso escrito da direcção dos serviços prisionais em que aceitem" devolvê-lo à prisão de Viana.

Segundo o porta-voz dos Serviços Penitenciários, os activistas detidos na cadeia de Viana só foram transferidos devido à "pressão por eles feitas, alegando que o estabelecimento penitenciário de Viana não tinha condições mínimas para recebê-los".

"Um dos elementos que levou a direcção a tomar essa decisão foram as constantes reclamações que eles faziam, através de seus parentes, das condições de Viana, do perigo que eles diziam estar a viver lá. Hoje, não entendemos o Luaty, sobretudo porque os demais sentem-se muito bem no Hospital-Prisão de São Paulo", disse Menezes Cassoma.

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