Um Natal inesperado e outro desarrumado

Duas histórias protagonizadas por animais, como as crianças gostam. E sobre o Natal, que gostam ainda mais. Com o talento de Benjamin Chaud e de Ian Falconer.

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“Cada vez mais alto, entre as folhas e na noite a cair, o Pequeno Urso deixa-se guiar por luzinhas a piscar aqui e ali” Benjamin Chaud
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“Agora que construiu a cabana e que ela tem um telhado novinho em folha, o Pequeno Urso pode divertir-se”” Benjamin Chaud
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“O Pequeno Urso fica sem palavras e as estrelas brilham com mais força. Afinal de contas, não era bem, bem uma ladra” Benjamin Chaud
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Capa do livro Pequeno Urso Gosto de ti, editado pela Orfeu Negro Benjamin Chaud
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“Presentes!” Ian Falconer
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Capa do livro Olivia Prepara, editado pela Boca e pelo MPMP Ian Falconer
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O Pequeno Urso é uma personagem criada por Benjamin Chaud que já conta com muitas aventuras editadas em Portugal. Todas com grande êxito entre os mais novos e os outros, mesmo os que não têm crianças a cargo. Eis um bom critério para aferir da qualidade de um livro “para” crianças.

As ilustrações são muito ricas em pormenores e convidam à observação atenta dos vários elementos transpostos da narrativa para a imagem. Outros há que nem constam da história verbalizada, numa representação visual livre e amplificada, que neste livro culmina num pop-up de um pinheiro de Natal. Bonito e inesperado.

A história: o Pequeno Urso construiu uma cabana, com um telhado onde pôs o que pensava ser um pára-raios. Uma guaxinim apropriou-se dele numa breve ausência sua, quando partiu em busca de uma almofada. Fazia-lhe falta.

“Ei! Devolve-me o meu telhado! — Mas a ladra mascarada já fugiu entre os arbustos.”

Segue-se uma perseguição pela floresta, subsolo, troncos ocos de árvores, até que o urso chega ao topo de um pinheiro muito alto, onde vê a guaxinim a proteger um passarinho abandonado com aquilo que roubou…

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“Quando regressa: catástrofe! Apanha em flagrante uma pequena guaxinim a roubar-lhe — adivinhem o quê — o telhado!” Benjamin Chaud

“— Toma, meu piu-piu, com isto ficas protegido da chuva.” “— E dos raios — acrescenta o Pequeno Urso.” “— Olha, Pequeno Urso… Isto, no telhado, é um cata-vento e não um pára-raios!”

Os equívocos envergonham o urso, sobretudo o de pensar que a guaxinim era “uma ladra”. Apercebeu-se então de que o que lhe fazia falta não era a almofada, mas alguém com quem a partilhar.

No site da editora Orfeu Negro, informa-se que Benjamin Chaud estudou Desenho e Artes Decorativas em Paris e Estrasburgo e já ilustrou mais de 60 livros.

Recebeu a Medalha de Ouro da New York Society of Illustrators e foi nomeado para o Astrid Lindgren Memorial Award.

“É internacionalmente reconhecido pelo sentido de humor insólito e pelo detalhe das suas ilustrações em grande formato.”

As trapalhadas da Olivia

Noutro registo, a famosa porquinha Olivia quer muito ajudar a preparar o Natal.

Além da impaciência, que a faz enfiar o nariz na chaminé muitas horas antes da chegada prevista do Pai Natal, enrola-se nas luzes que deviam iluminar a árvore.

Ian Falconer, que se inspirava nos sobrinhos para as suas personagens, morreu em 2023 nos Estados Unidos, aos 63 anos. No ano anterior, tinha publicado Two Dogs, a história dos cães-salsicha Augie e Perry.

Assinou títulos como Não Fiz os Trabalhos de Casa Porque... ou Cheguei Atrasado à Escola Porque… em parceria com Davide Cali. Era também ilustrador da The New Yorker.

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“Isso é lindo, querida. Onde é que encontraste essa arvorezinha?” Ian Falconer

É claro que, neste livro, a personagem não se fica apenas pelas peripécias já descritas. Para criar uma pequena árvore na mesa de jantar, Olivia destruiu a árvore principal.

Mais: depois de ela e os irmãos abrirem os presentes, quis dar um da sua autoria aos pais. Não desvendaremos qual, mas era muito pouco palpitante.

Feliz Natal. Com livros, claro.

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