“Tinha medo de fazer mal ao meu filho”. A depressão pós-parto é para levar a sério
O que fazer quando uma mãe tem medo de se magoar a si mesma ou, vergonha das vergonhas, cometer um acto de desespero contra o seu recém-nascido, que não pára de chorar?
Pintamos o nascimento de um filho de cores claras e chilrear de passarinhos, como se tudo fosse felicidade, tornando quase impossível que uma mãe se sinta capaz de pedir ajuda quando os pensamentos mais negros lhe enchem a cabeça.
Como é que terá coragem de confessar, por exemplo, que tem medo de se magoar a si mesma ou, vergonha das vergonhas, cometer um acto de desespero contra o seu recém-nascido, que não pára de chorar?
Pois, é tão difícil não julgar os outros, e as mães que sofrem de depressão pós-parto sabem que é assim e por isso calam o seu gigantesco sofrimento, deixando perdidos também a sua família mais próxima. Porque ninguém lhes disse, ou se disse nem ela, nem quem a rodeia acreditam realmente, que sofrem de uma doença, uma doença a que é preciso urgentemente acudir. Mas que tem cura.
Foi para chegar a cada vez mais mães e prevenir os casos graves que uma equipa de psicólogos clínicos da Universidade de Coimbra criou a plataforma digital Be a Mom, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, e que já foi testada num universo de mais de mil mulheres. Uma aplicação fácil de usar no telemóvel, adaptando-se à rotina e à necessidade de confidencialidade, destinada a todas as recém-mães, com conselhos e sugestões, mas também com a capacidade de avaliar o nível de depressão e de alertar em caso de risco.
Entre neste episódio de Birras de Mãe e fique a saber mais sobre este projecto, que é urgente divulgar.
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