Julia Hawkins (1916-2024) provou que nunca é tarde para começar a correr

Foi com 100 anos feitos que os filhos a convenceram a testar os seus dotes de velocista em pista. Até à sua morte, aos 108 anos, estabeleceu dois recordes mundiais nos 100 metros.

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Hawkins tornou-se notícia quando, com 100 anos, entrou numa pista para correr, incentivada pelos filhos DR
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Julia Hawkins, a centenária que se distinguiu por ter começado a correr já depois de cumpridos os 100 anos de vida, morreu, nesta terça-feira, aos 108 anos. O óbito foi confirmado pela filha Margaret Matens e noticiado pelo New York Times (NYT).

Hawkins tornou-se notícia quando, com 100 anos, entrou numa pista para correr, incentivada pelos filhos. E tornou-se vencedora — até porque, na sua faixa etária, corria muitas vezes sozinha. Ainda assim, conseguiu estabelecer dois recordes dos 100 metros: na categoria mulheres com mais de 100, em Birmingham, Alabama, em 2017 (100m em 39,62’’); e na categoria mais de 105 anos, em Hammond, Indiana, em 2021 (1’2,95’’).

A dedicação à corrida, não obstante a idade avançada, tornou-a uma celebridade nos EUA, não sendo incomum ser interpelada na rua para dar autógrafos, escreve o New York Times. Os fãs chamavam-na carinhosamente de “Hurricane” (furacão). E a sua longevidade obrigou a Associação Nacional de Jogos Sénior a criar a categoria de mais de 105 anos.

No ano em que completou os 100 anos, publicou It's Been Wondrous, um livro de memórias em que, segundo o NYT, desvenda o segredo para uma longa vida: “Case-se com um bom homem e sua vida será maravilhosa, maravilhosa.”

Nascida a 10 de Fevereiro de 1916, em Lake Geneva, Wisconsin, Julia cresceu em Ponchatoula, Luisiana. Foi aí, na universidade, que conheceu Murray Hawkins. “Assim que o vi, soube que aquela era a pessoa com quem queria passar a minha vida”, confidenciou ao New York Times numa entrevista.

Casaram-se por telefone a 29 de Novembro de 1941, quando Murray se encontrava em Pearl Harbor. O jovem tinha receio de não sobreviver à guerra, mas acabaria por regressar a casa são e salvo. O casal teve dois rapazes e duas raparigas, tendo o matrimónio durado mais de sete décadas, até à morte de Murray, em 2013.

Julia Hawkins morreu em Baton Rouge, onde se encontrava internada num centro de cuidados continuados. A filha Margaret Matens adiantou que a mãe decidiu doar o seu corpo ao Centro de Investigação Biomédica Pennington da Universidade do Estado do Luisiana, que estuda a longevidade.

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