Hedi Slimane sai da Celine e é substituído por Michael Rider no próximo ano

O anúncio da saída do director criativo foi feito no mesmo dia em que a LVMH confirmou quem o iria suceder em breve.

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Hedi Slimane estava na Celine desde Janeiro de 2018 GONZALO FUENTES/Reuters
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Hedi Slimane está de saída da Céline depois de quase sete anos à frente da direcção criativa da casa parisiense e será substituído por Michael Rider, que assume funções no início de 2025. “Sob a direcção criativa e artística de Slimane, a Celine registou um crescimento excepcional e estabeleceu-se como uma casa de alta-costura francesa icónica”, anunciou a LVMH nesta quarta-feira para, pouco depois, confirmar quem será o sucessor.

“A visão holística de Hedi Slimane, a sua exigência e rigor permitiram redefinir os códigos da Celine, reafirmando as raízes femininas e parisienses”, declarou o conglomerado de luxo em comunicado. “Também enriqueceu de forma notável novos territórios para a maison, como a silhueta masculina, a alta-costura e a alta perfumaria. O extraordinário percurso efectuado em conjunto nos últimos sete anos fez da Celine uma casa com uma base formidável para o futuro.”

Slimane recusou-se a comentar a notícia, bem como a detalhar qual será o futuro. A saída vem adensar os rumores de que Slimane poderá estar a caminho da Chanel para ocupar o lugar deixado vago por Virginie Viard, apesar de a casa ter dito, no desfile desta terça-feira na Semana da Moda de Paris, que não tem pressa em encontrar um sucessor.

Já Michael Rider está de volta à Celine, onde esteve durante uma década ao lado de Phoebe Philo. Em 2018, saiu para assumir a direcção criativa da Ralph Lauren, cargo em que ficou até Maio deste ano. “A Celine é uma maison com valores muito próximos do meu coração e com um belo património para desenvolver”, celebrou o criador norte-americano, citado pela revista Vogue.

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Hedi Slimane para a Celine em 2019 BENOIT TESSIER/Reuters

Rider vai desenhar as colecções femininas e masculinas, bem como as linhas de acessórios em pele logo a partir do início do próximo ano. “Estou muito contente por receber Michael de volta à Celine, uma casa que ele conhece intimamente. A sua visão e o talento criativo, juntamente com a sua natureza genuína e forte ligação à herança da Celine, fazem dele uma escolha natural para continuar a construir um sucesso duradouro para a maison”, declarou o CEO da Celine, Severine Merle.

O norte-americano tem a hercúlea tarefa de substituir Slimane, que é um dos mais clamados criadores da actualidade. Em 2018, quando chegou à Celine, vindo da Saint Laurent (2012-2016) e da Dior Homme (2000-2007), iniciou uma autêntica revolução, desde logo com a mudança do logótipo a marca, retirando-lhe o acento a Céline, que era o nome da fundadora Céline Vipiana (1915-1997). No ano seguinte, apresentou a primeira linha masculina na história da casa, bem como renovou a linha de fragrâncias e maquilhagem.

Quando foi contratado, Slimane tinha por missão fazer crescer as vendas da marca, um objectivo que foi concretizado. Nessa altura, registavam cerca de mil milhões de euros em vendas. Em 2023, de acordo com os últimos dados disponíveis, já eram 2,6 mil milhões de euros, ultrapassando assim a Fendi no pódio de vendas da LVMH, logo atrás da Louis Vuitton e da Dior, e ao lado da Loewe.

De acordo com a Women’s Wear Daily, Michael Rider já estará em Paris para iniciar funções. Já Slimane fica livre para licitações por parte de outras casas de moda. Contudo, o francês também é conhecido por tirar longos períodos sabáticos para se dedicar à arte e à fotografia, outras das suas paixões.

Nos últimos meses, o clima tem sido de mudança na liderança das casas de moda com Sarah Burton a chegar à Givenchy ou Alberta Ferretti a sair da sua própria marca. Nesta semana, a LVMH anunciou também a venda a Off-White de Virgil Abloh. Há ainda vários criadores com contratos a terminar nos próximos meses como é o caso de John Galliano na Maison Margiela ou Jonathan Anderson na Loewe.

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