Sarah Burton é a nova directora criativa da Givenchy e traz uma visão renovada

A britânica, que vem da Alexander McQueen, tem estreia marcada para Março de 2025 em Paris. Burton é conhecida por ter desenhado o vestido de noiva de Kate Middleton.

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Sarah Burton na Semana da Moda de Londres, em 2014 REUTERS/Suzanne Plunkett
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Sarah Burton é a nova directora criativa da Givenchy, acaba de anunciar a LVMH, nesta segunda-feira, colocando um ponto final a meses de especulação sobre o destino da criadora britânica. A designer segue assim os passos do seu mentor, Alexander McQueen, que esteve na Givenchy antes de fundar a etiqueta em nome próprio. A estreia fica marcada apenas para Março de 2025 na Semana da Moda de Paris.

“Estou muito entusiasmada por poder escrever o próximo capítulo da história desta casa icónica e trazer para a Givenchy a minha própria visão, sensibilidade e convicções”, celebra a criadora num comunicado, citado pela revista Vogue, que detalha que Burton passará a ser responsável por todas as colecções femininas e masculinas.

“A chegada de Sarah Burton como responsável pelo nosso design criativo é um momento muito emocionante para a Givenchy”, declara, por sua vez, o director executivo da Givenchy, Alessandro Valenti. “O seu percurso profissional notável e a sua visão criativa já lhe granjearam uma vasta base de fãs e estamos certos de que, sob a sua direcção, a Givenchy continuará a inovar e a cativar um grande público em todo o mundo.”

Sarah Burton é um dos nomes mais aclamados da moda actualmente e, ao longo dos últimos meses, especulou-se qual seria o seu destino, com a Chanel a aparecer no topo das suposições — a casa francesa continua sem novo director criativo. A despedida da Alexander McQueen aconteceu em Setembro de 2023, num desfile repleto de emoção em Paris, depois de 26 anos na casa de moda britânica e 13 enquanto directora criativa depois da morte do seu mestre. No mês seguinte, foi sucedida pelo irlandês Seán McGirr.

Na McQueen, Burton foi responsável pela sucessão do excêntrico McQueen, trazendo maior estabilidade comercial para a etiqueta detida pelo grupo Kering — em 2022, registaram 830 milhões de euros em vendas. Com uma personalidade discreta, a britânica distinguiu-se pela proximidade a Kate Middleton. Foi ela que, em 2011, assinou o vestido de noiva da futura princesa de Gales e, desde então, vestiu-a por inúmeras vezes. Resta saber se continuará a fazê-lo agora na Givenchy.

A ida para a Givenchy confirma Burton enquanto sucessora nata de McQueen, que, entre 1996 e 2001, foi um dos mais mediáticos directores criativos da casa fundada por Hubert Givenchy em 1952. Na última década, a marca tem passado por períodos de grande instabilidade e Sarah Burton será a quarta directora criativa em dez anos. A marca cresceu com Riccardo Tisci, que respondeu às tendências do streetwear e deu aos clientes o merchandising por que esperavam, mas estagnou com Clare Waight Keller, que trouxe a marca de volta à elegância parisiense entre 2017 e 2020.

Nos últimos três anos, o norte-americano Matthew Williams tentou encontrar o equilíbrio entre a vertente urbana e mais agressiva com a elegância e feminilidade da alfaiataria. Acabaria por sair em Dezembro de 2023, deixando vaga a liderança criativa durante mais de nove meses até chegar Sarah Burton, que só se estreará no próximo ano. No final deste mês, a colecção apresentada na Semana da Moda de Paris deverá ser assinada pela equipa interna de design.

Em Julho, foi anunciado um novo CEO, Alessandro Valenti, que transitou da Louis Vuitton e terá sido responsável pela contratação de Burton. A Givenchy é propriedade do conglomerado de luxo LVMH de Bernard Arnault, que detém marcas como a Dior, a Louis Vuitton ou a Fendi. O grupo não divulga dados financeiros específicos de cada etiqueta, mas sabe-se que só no último trimestre de 2023 as vendas totais atingiram cerca de 24 mil milhões de euros.

Com a nomeação para a Givenchy, Burton torna-se a quinta mulher ao leme de uma casa de moda na LVMH, juntando-se a Maria Grazia Chiuri da Dior, Camille Miceli da Pucci, Silvia Fendi da Fendi e Stella McCartney, que lidera a marca própria.

A reentré de Setembro é tipicamente um período de algumas alterações na moda. Na semana passada, foi anunciado que Haider Ackermann será o novo director criativo da Tom Ford, mas continua por desvendar o novo director criativo da Chanel para suceder a Virginie Viard, que deixou subitamente a etiqueta em Junho deste ano.

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