Alberta Ferretti vai deixar a direcção criativa da sua própria marca

A criadora despediu-se da passerelle no desfile da Semana da Moda de Milão a 17 de Setembro. Vai continuar como vice-presidente do grupo Aeffe, ao lado do irmão, Massimo.

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Alberta Ferretti, em Setembro de 2023, na Semana da Moda de Milão Claudia Greco/REUTERS
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A criadora italiana Alberta Ferretti vai deixar o cargo de directora criativa da marca própria que fundou há 43 anos, informou o grupo de moda Aeffe, nesta terça-feira. “Acredito que, nesta altura da minha carreira, é a escolha correcta e consciente abrir caminho para um novo capítulo criativo para a marca que fundei e que continuará a ostentar o meu nome”, declara a criadora em comunicado.

O novo director criativo da marca Alberta Ferretti será anunciado nos próximos meses, adiantou ainda o grupo, acrescentando que a designer manterá o cargo de vice-presidente da Aeffe. “A pessoa que escolhermos para continuar a escrever a história da marca Alberta Ferretti encontrará sempre em mim apoio”, reforça a italiana.

A colecção Primavera/Verão 2025 que a marca apresentou durante a Semana da Moda de Milão, a 17 de Setembro, foi a última com a assinatura de Ferretti, conhecida pelos românticos vestidos de noite e pela alfaiataria de corte feminino.

A etiqueta foi fundada em 1981, quando “uma jovem mulher com muitos sonhos e paixões levou a sua colecção à passerelle pela primeira vez”, recorda a criadora nesta terça-feira. “Lembro-me desses momentos como se tivessem sido ontem. A Alberta desse dia continua a ser, em muitos aspectos, a Alberta de hoje, mesmo que, entretanto, uma pequena empresa familiar se tenha transformado numa empresa com 1500 funcionários”, declara.

E deixa uma mensagem de agradecimento a todos os profissionais de moda com quem se cruzou nos últimos 40 anos, que se “tornaram amigos” e a ajudaram a crescer: “Peter Lindbergh, Steven Meisel, Franca Sozzani, Paolo Roversi, sem vocês, o meu mundo nunca teria sido o mesmo”, escreve, deixando também uma mensagem ao irmão, Massimo, seu sócio e presidente do grupo Aeffe.

Quanto ao futuro, a criadora não desvenda muito, mas garante que se dedicará a outras paixões, como as artes. “Alguém vai pensar que agora vou dedicar-me ao descanso. É alguém que não me conhece suficientemente bem”, termina.

No primeiro semestre do ano, a Alberta Ferretti representou cerca de 7% das receitas totais do grupo, que detém outras etiquetas, como a Philosophy di Lorenzo Serafini, a Moschino ou a Pollini.

O conglomerado dos Ferretti tem enfrentado dificuldades em recuperar as vendas e a rentabilidade. Nos primeiros seis meses do ano, registou um prejuízo líquido de 20 milhões de euros e as receitas caíram 15% em relação ao ano anterior.

“A Aeffe vai proceder a uma análise cuidadosa e aprofundada dos papéis e funções dos vários departamentos, com o objectivo de reorganizar internamente os seus recursos humanos, a fim de garantir uma eficiência cada vez maior”, acrescentou o grupo.

Durante o ano passado, o grupo reorganizou a Moschino, depois da saída do mediático director criativo Jeremy Scott, que marcou uma década de sucesso comercial. Scott foi substituído por Davide Renner, que morreu inesperadamente dez dias depois de ocupar o cargo. Desde Janeiro deste ano, é o criador argentino Adrian Appiolaza o responsável pelas colecções.