Sean Combs colocado em vigilância na prisão por perigo de suicídio

A vigilância de suicídio é uma medida preventiva quando os reclusos se encontram em “estado de choque ou num estado mental incerto”.

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A procuradora adjunta dos EUA Emily Johnson representa a acusação de Sean “Diddy” Combs Jane Rosenberg/Reuters

Sean “Diddy” Combs está a ser vigiado por risco de suicídio enquanto permanece em prisão preventiva por conspiração de extorsão, tráfico sexual e transporte para prostituição. A informação é avançada pela revista People, que detalha que o magnata da música está a ser vigiado com especial cuidado no Centro de Detenção Metropolitano, na zona portuária de Brooklyn.

A vigilância de suicídio é uma medida preventiva quando os reclusos se encontram em “estado de choque ou num estado mental incerto”, explica o Department of Justice – National Institute of Corrections (o equivalente português à Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais).

Será esse o estado mental de Diddy, que foi apanhado de surpresa com a detenção desta segunda-feira em Nova Iorque. Depois de ter sido determinada a prisão preventiva, o advogado de Combs, Marc Agnifilo, pediu a transferência do rapper para a uma prisão em Nova Jérsia, mas a decisão de manter o músico em Brooklyn foi reiterada pelo tribunal.

O Centro de Detenção Metropolitano de Brooklyn tem 1600 reclusos e é conhecida pelo elevado número de mortes e suicídios entre a população prisional, escreve o The Daily Beast. “Vários tribunais deste distrito reconheceram que as condições do Centro de Detenção Metropolitana não são adequadas para a detenção preventiva”, escrevia o advogado, que argumentava que “um recluso foi assassinado” no início deste Verão. “Pelo menos quatro reclusos suicidaram-se nos últimos três anos”, acrescenta.

“O arguido Sean Combs abusou física e sexualmente das vítimas durante décadas”, disse à juíza a procuradora Emily Johnson nesta terça-feira, defendendo a aplicação da prisão preventiva. “Ele é extremamente perigoso para a comunidade”, reforçou, depois de Diddy se ter declarado inocente.

Segundo os procuradores, Combs, de 54 anos, utilizou o império comercial que controlava, incluindo a sua editora discográfica, Bad Boy Entertainment, para transportar mulheres, bem como trabalhadores do sexo masculino, através de fronteiras estatais, para participarem em espectáculos sexuais gravados, denominados Freak Offs, aos quais o magnata da música assistia e durante os quais se masturbava.

Com as acusações que enfrenta, Combs pode ser condenado a uma pena mínima obrigatória de 15 anos de prisão, podendo ser sentenciado com prisão perpétua se for considerado culpado das três acusações. A próxima audiência está marcada para 24 de Setembro.

A acusação não especifica quantas mulheres terão sido vítimas. Também não há alegações de que o próprio Combs se tenha envolvido directamente em contactos sexuais indesejados com as mulheres, embora seja acusado de as agredir com socos, pontapés, arrastamento e arremesso de objectos.

Combs, que também é conhecido como P. Diddy e Puff Daddy, foi uma figura importante do hip-hop nos anos 1990 e 2000. Fundou a editora Bad Boy Records e é-lhe atribuída a responsabilidade por ajudar a transformar em estrelas rappers e cantores de R&B como Mary J. Blige, Faith Evans, Notorious B.I.G. e Usher.

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