Rapper Sean “Diddy” Combs vai continuar preso por determinação de um segundo juiz

Juiz recusou, esta quarta-feira, conceder uma caução a Diddy, argumentando que o Ministério Público apresentou “provas claras e convincentes” sobre uma possível interferência com as testemunhas.

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Sean Combs, na festa dos Oscares da Vanity Fair, em 2018 Danny Moloshok

O juiz distrital Andrew L. Carter proferiu a decisão depois de os procuradores e os advogados de defesa terem apresentado argumentos em relação à uma caução de 50 milhões de dólares que permitiria a Sean “Diddy” Combs​ ficar em prisão domiciliária, com vigilância por GPS e limitações rigorosas sobre quem o poderia visitar.

O Ministério Público acusou o músico de tráfico sexual, extorsão e outros crimes. Numa primeira audiência na terça-feira, um outro juiz já havia negado a fiança ao magnata musical.

Combs, de 54 anos, declarou-se inocente na terça-feira, depois de o Ministério Público o ter acusado de usar o seu "poder e prestígio" para induzir vítimas femininas - que eram drogadas - e trabalhadores do sexo masculino a realizarem performances sexuais, chamadas de "Freak Offs". A acusação alega que o rapper coagiu e abusou de mulheres durante anos, com a ajuda de uma rede de associados e funcionários, enquanto recorria a chantagem e a actos violentos, incluindo raptos, incêndios criminosos e espancamentos físicos, para impedir as vítimas de se manifestarem.

Combs está sob custódia federal desde a sua detenção na noite de segunda-feira num hotel em Manhattan. Em Março, duas propriedades de Diddy foram alvo de buscas em Los Angeles e Miami, no âmbito de uma investigação sobre tráfico sexual. As buscas foram realizadas por agentes federais do gabinete de Investigações e Segurança Interna como parte de uma investigação das autoridades federais de Nova Iorque.

Nos últimos meses, vários processos foram abertos contra o artista por alegadas agressões sexuais. Em Novembro, foi alvo de uma denúncia de violência física durante anos pela cantora de r&b Cassie.

Combs está no Centro de Detenção Metropolitano, prisão na zona portuária de Brooklyn, em Nova Iorque, para onde foi levado após ter sido acusado de vários crimes. A prisão, que conta com 1.200 reclusos, é alvo de queixas frequentes por parte dos advogados e de alguns juízes por estar sobrelotada, por ser violenta e negligenciada.

Anteriormente conhecido como Puff Daddy, Combs é um dos produtores e artistas de hip-hop mais influentes das últimas três décadas e construiu um dos maiores impérios ligados a este género musical. É fundador da Bad Boy Records e vencedor de três Grammy, tendo trabalhado com diversos outros artistas de renome, como Notorious B.I.G., Mary J. Blige, Usher, Lil' Kim ou Faith Evans.