Grand Tour, de Miguel Gomes: da vida das marionetas

O realizador-marionetista num momento de autoconsciência contemplativa. Tudo isso enquanto, em simultâneo, monta o seu espectáculo com bonecos e fios. Estreia-se quinta-feira.

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Que chegou a altura em que o marionetista que (também) é o realizador, em rota de aproximação à vida que pode haver nas suas marionetas, tem o seu momento de autoconsciência contemplativa, enquanto monta outro espectáculo com bonecos e fios
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Miguel Gomes e o director de som Vasco Pimentel durante a rodagem Marta Simões
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O amor como perseguição e fuga, em Grand Tour, não tem montagem paralela; nem campo-contracampo. Como nos filmes antigos, aqueles ainda sem saltos de compreensão e em que o last minute rescue era seguido do princípio ao fim primeiro do lado da vítima em apuros e depois, tudo de novo, do lado do herói salvador, também aqui temos de estar primeiro com as acções de Edward (Gonçalo Waddington), funcionário do Império Britânico e silhueta em fuga por Myanmar (antiga Birmânia), Vietname, Tailândia, Filipinas, Singapura, Japão e China. Só depois estaremos com Molly (Crista Alfaiate), que se anuncia por telegrama antes de iniciar as suas movimentações, antes de se aventurar pelo mesmo mapa da Ásia.

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