Ir ao cinema para sentir medo

O Lobo Mau faz parte do Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, Motelx. A partir de dia 12, vão assustar criancinhas no São Jorge. Para bem delas.

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Imagem do filme Flow, de Gints Zilbalodis (Letónia, França, Bélgica)
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Imagem do filme If, de Didier Charette (Canadá)
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Imagem do filme Vida and the Chocolate Cake, Vida y la Torta de Chocolate, de Rodrigo Elizalde & Agustín Giataganellis (Argentina)
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Imagem do filme Cole Krsuá, de David Castro González (Espanha)
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A atelier ALMA, ao ar livre, é ministrado por Mónica Sousa DR
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Cartaz da 18.ª edição do Lobo Mau
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A essência da secção destinada aos mais novos do Motelx é a “aprendizagem em lidar com as emoções para formar uma inteligência emocional essencial para o dia-a-dia e para todo o tipo de relações”, diz ao PÚBLICO Sara Lopo, directora de produção do festival e programadora da secção Lobo Mau.

Por email, acrescenta ainda: “É natural ter medos. Crescer é aceitar que alguns não podemos derrotar — mas que podemos aprender a viver com eles.” Por isso, é bom ir ao cinema para sentir medo.

“Sentir medo faz parte dos nossos instintos naturais, obriga-nos a avaliar a situação em que nos encontramos e a proteger-nos. Por essa razão, é importante aprender a diferenciar os verdadeiros medos dos falsos alertas.” Os filmes podem ajudar nisso e a família, obviamente, também.

Nesta 18.ª edição, diz a programadora, o Lobo Mau oferece “um programa mais orientado para as famílias”. Nesse sentido, concentraram as actividades no próximo fim-de-semana (14 e 15 de Setembro).

Sara Lopo sugere então: “Juntos poderão emocionar-se com as sessões de cinema como o Flow, uma fábula pós-apocalíptica cuja animação encantadora irá com certeza emocionar espectadores de todas as idades”. É no próximo sábado, às 14h10.

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Imagem do filme "Somni", de Sonja Rohleder (Alemanha)

“Mas os pais”, prossegue a produtora, “também poderão aproveitar as várias sessões de cinema do Motelx enquanto as suas crianças participam em actividades variadas durante a tarde, como o workshop de efeitos especiais, orientado pelo realizador Fernando Alle, ou a hora do conto com a Imaginauta, para uma leitura encenada do livro O Casalinho do Diabo, de Jerónimo Rocha”. A primeira realiza-se a 14 de Setembro, às 15h00; a segunda, no dia 15, à 16h00.

No workshop de efeitos especiais, os participantes irão criar o seu próprio monstro “Coca” com a ajuda de um cineasta “famoso pelos seus filmes de trash horror, onde os efeitos especiais caseiros (feitos pelo próprio) são a ordem do dia”.

Numa primeira fase, cria-se o monstro, com materiais básicos; na segunda fase, tenta-se “torná-lo um Frankenstein através da magia do cinema de terror!”, lê-se na programação, que promete ainda: “Haverá muito sangue e membros falsos… mas o propósito é meramente educativo...”

Fica também a esperança: “Quem sabe não sais desta experiência a querer ser um realizador de cinema!”

Já o Casalinho do Diabo fala do fascínio de Sebastião “por dois diabretes que chegam de noite e levam as alminhas das crianças que não querem dormir”. Um estranho acontecimento na aldeia faz com que Sebastião parta pelos “montes à procura do parzinho diabólico numa viagem por mitos e lendas do folclore português”. Tudo se passa em Portugal, no ano de 1932.

António Rocha assina texto e ilustração do livro. Descrição desta actividade de leitura encenada: “A imaginação é estimulada com os sentidos do tacto, visão, olfacto e audição, trazendo para o Cinema São Jorge as vivências de uma aldeia do interior de Portugal.”

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Nos ateliers, as crianças exploram a sua sensorialidade através do contacto com diferentes materiais, tintas e texturas, num ambiente estimulante, ao ar livre DR

Destaque ainda para o atelier sensorial da ALMA, projecto de Mónica Sousa, inspirado pela pedagogia Montessori, que se dedica “a organizar actividades criativas para crianças dos 6 meses aos 12 anos, que é hoje um sucesso de referência na área da educação não formal sensorial”, descreve-se na divulgação.

A programadora diz que o atelier, no Lobo Mau (15 de Setembro, 10h30), “convida todas as crianças, desde os 12 meses, a explorarem a sua sensorialidade através do contacto com diferentes materiais, tintas e texturas num ambiente estimulante, ao ar livre, divertido e arrepiante (mas pouco)”.

Tudo isto com o propósito de “despertar e aguçar os cinco sentidos” dos mais novos. Com pequenos e grandes sustos.

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