Michelle Obama elogia a comoção de Gus Walz e pede para os EUA não a “ridicularizarem”

“Todos nós poderíamos usar alguns dos [exemplos] do Gus nas nossas vidas”, escreveu a antiga primeira-dama em reacção às críticas dos conservadores.

epa11559268 Democratic Vice Presidential nominee Tim Walz (C-R) hugs his son, Gus Walz (C-L), during the third night of the Democratic National Convention (DNC) at the United Center in Chicago, Illinois, USA, 21 August 2024. The 2024 Democratic National Convention is being held from 19 to 22 August 2024, during which delegates of the United States' Democratic Party will vote on the party's platform and ceremonially vote for the party's nominee for president, Vice President Kamala Harris, and for vice president, Governor Tim Walz of Minnesota, for the upcoming presidential election. EPA/CAROLINE BREHMAN
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Tim Walz abraça o filho, Gus Walz, na Convenção Democrata EPA/CAROLINE BREHMAN
Gus, the son of U.S. Democratic vice presidential nominee Minnesota Governor Tim Walz, reacts on Day 3 of the Democratic National Convention (DNC) at the United Center, in Chicago, Illinois, U.S., August 21, 2024. REUTERS/Brendan Mcdermid
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A comoção de Gus Walz Brendan McDermid/Reuters
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A emoção de Gus Walz quando o pai, Tim Walz, aceitou formalmente a nomeação do Partido Democrata para vice-presidente tornou-se viral. O adolescente de 17 anos conquistou as redes sociais, mas não só, também Michelle Obama. Nesta quinta-feira, a antiga primeira-dama Michelle Obama recorreu ao X (antigo Twitter) para recordar o momento, confessando-se “emocionada” com a felicidade de Gus. “Agradeço-te por nos mostrares a todos como é o verdadeiro amor, Gus”, escreveu.

E Michelle Obama aproveitou a emoção de Gus para salientar que é importante os EUA serem “uma nação que abraça este tipo de calor e vulnerabilidade, em vez de a ridicularizar”. E terminou: “Todos nós poderíamos usar alguns dos [exemplos] do Gus nas nossas vidas”, continuou.

A mensagem é uma alusão a algumas críticas que se fizeram sentir face à emoção de Gus, lideradas pela advogada conservadora, Ann Coulter. A comentadora política partilhou uma fotografia do adolescente envolto em lágrimas no X e escreveu na legenda: “Por falar em estranho...”, numa alusão à palavra com que os democratas têm adjectivado os seguidores de Trump, "weird".

Não demorou até que Tim Walz respondesse com um ataque directo. “Por falar no motivo porque os teus noivos te continuam a deixar…”, escreveu com uma imagem da biografia de Ann Coulter na Wikipedia, que diz que a advogada não tem filhos, nem nunca foi casada, apesar de ter estado noiva por diversas vezes.

Tommy Vietor, que fez parte da equipa de Barack Obama na Casa Branca, foi na mesma direcção: “Percebo porque é que uma criança que ama os seus pais é estranho para si.” Pouco depois, Ann Coulter apagou a publicação original.

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A crítica também causou reacções entre associações de pais de crianças com défice de atenção e outras patologias de comportamento. “Sou neurodivergente. Quando tinha 14 anos, foi-me diagnosticado perturbação de hiperactividade e défice de atenção, perturbação obsessiva compulsiva e vários distúrbios de aprendizagem, incluindo discalculia”, escreveu a fundadora do movimento contra as armas Moms Demand Action, Shannon Watts. “Não somos estranhos, somos maravilhosos. E somos a vossa família, amigos e compatriotas americanos.”

Tim Walz e a mulher Gwen revelaram no início deste mês à revista People que o filho Gus tem uma perturbação de aprendizagem não-verbal, perturbação de hiperactividade e défice de atenção (PHDA), e ansiedade. O governador do Minnesota contou que sempre soube que o filho “era diferente” e que o diagnóstico na adolescência só veio confirmar o “superpoder” de Gus. “O que se tornou imediatamente claro para nós foi que a condição do Gus não é um contratempo ─ é o seu poder secreto”, declaram. E descrevem-no como: “Brilhante, hiperconsciente de pormenores que muitos de nós ignoramos e, acima de tudo, um excelente filho e irmão para a irmã”.

Tim e Gwen Walz são também pais de Hope de 23 anos, que nasceu depois de sete anos de luta do casal contra a infertilidade ─ tema de que o candidato democrata tem falado frequentemente nos seus discursos. “Se nunca passou pelo inferno que é a infertilidade, garanto-lhe que conhece alguém que passou”, declarou no discurso desta quarta-feira na Convenção Democrata, em Chicago, descrevendo como uma “agonia” o processo dos tratamentos de fertilidade. “Quando a nossa filha nasceu chamamos-lhe Hope [que significa esperança, em inglês]”, sublinhou. E terminou: “Hope, Gus e Gwen, vocês são o meu mundo e eu adoro-vos.”

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