Filho de Tim Walz tem défice de atenção e ansiedade. “É um superpoder”, diz o pai

Gus, de 16 anos, foi diagnosticado no início da adolescência, apesar de os pais saberem há muito que o filho era diferente, mas não encararam a condição como “um contratempo”.

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Tim Walz com Gus e Hope na tomada de posse como governador do Minnesota em 2019 REUTERS/Eric Miller
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O candidato democrata à vice-presidência dos EUA, Tim Walz, e a mulher, Gwen, não se inibem de partilhar a vida familiar e, desta vez, falaram abertamente sobre o quão “especial” é o filho mais novo. Gus de 17 anos tem uma perturbação de aprendizagem não-verbal, perturbação de hiperactividade e défice de atenção (PHDA), e ansiedade ─ tudo doenças que os pais garantem serem o seu superpoder.

Gus tornou-se conhecido dos norte-americanos quando Walz foi eleito governador do Minnesota em 2018 e o filho, então com 12 anos, reagiu à vitória do pai com a seguinte exclamação: “Vou ter um cão!” Tal como outros políticos, o democrata tinha prometido ao filho que, caso vencesse as eleições, a família poderia adoptar um animal de estimação ─ é Scout, um rafeiro misturado de labrador preto.

Mas pouco mais se sabia sobre Gus à parte do seu gosto particular por animais. Os pais contaram à People que a personalidade “única” do filho se começou a revelar muito cedo. “Quando o nosso mais novo estava a crescer, tornou-se cada vez mais claro que ele era diferente dos seus colegas de turma”, conta o casal. “Gus preferia videojogos e passar mais tempo sozinho.”

Mas foi só na adolescência que os pais, ambos professores, perceberam por que motivo o rapaz era tão diferente. “Quando se tornou adolescente, ficámos a saber que Gus tem uma perturbação de aprendizagem não-verbal, para além de uma perturbação de ansiedade e de PHDA, doenças que milhões de americanos também têm”, detalham.

Este tipo de perturbação de aprendizagem influencia o modo como as crianças absorvem a informação e a comunicação não-verbal, ainda que apresentem capacidades verbais e de inteligência dentro dos parâmetros normais ou até acima da média, detalha a página do Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento, com consultórios em Lisboa e no Porto. Já a PHDA manifesta-se por sintomas de défice de atenção, hiperactividade e impulsividade, que são persistentes e suficientemente intensos para prejudicar o desempenho das tarefas diárias, em casa e na escola.

“Tal como muitas famílias americanas, demorámos algum tempo a perceber como fazer tudo o que podíamos para garantir que o Gus estaria preparado para o sucesso enquanto crescia”, continuam os Walz.

E pode ter demorado “algum tempo”, mas rapidamente perceberam que o diagnóstico não era um defeito, mas uma virtude. “O que se tornou imediatamente claro para nós foi que a condição do Gus não é um contratempo ─ é o seu poder secreto”, declaram. E descrevem-no como: “Brilhante, hiperconsciente de pormenores que muitos de nós ignoramos e, acima de tudo, um excelente filho e irmão para a irmã”.

Tim e Gwen Walz são também pais de Hope de 23 anos, que nasceu depois de sete anos de luta do casal contra a infertilidade. O governador falou sobre o processo de fertilização in vitro (FIV) no início deste ano, quando o Supremo Tribunal do Alabama decidiu que os embriões em clínicas de fertilidade são crianças e devem ser preservados. Os casais daquele estado podiam ser impedidos de recorrer à FIV, mas a decisão não chegou a avançar.

Depois de Hope (cujo nome é simbólico por significar esperança), Gus nasceu em Outubro de 2006. Em Outubro do ano passado, quando comemorou 16 anos, o pai partilhou nas redes sociais o momento “de orgulho” em que o adolescente obteve a carta de condução.

Com a corrida do pai à vice-presidência dos EUA, ao lado da Kamala Harris, a vida de Gus já está a mudar e resta saber como o adolescente se adaptará à crescente exposição pública ─ no início desta semana já acompanhou o pai na campanha. “Estamos orgulhosos do homem em que ele se está a tornar e estamos muito entusiasmados por tê-lo connosco nesta viagem”, terminam os pais.

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