A Albânia foi rápida, mas a Itália foi melhor

Albaneses ainda estiveram a ganhar com o golo mais rápido da história do Europeu, mas a “squadra azzurra” não se desfez e iniciou da melhor maneira a defesa do título.

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Barella marcou o golo da vitória da Itália Piroschka Van De Wouw / REUTERS
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Nenhuma equipa do mundo espera sofrer um golo com menos de um minuto de jogo. Muito menos a partir de um lançamento de linha lateral que parte das mãos de um dos seus jogadores. Mas foi o que aconteceu à Itália ao segundo 23 do seu primeiro confronto no Euro 2024 com a Albânia. Não se percebeu muito bem quem seria o destinatário da bola lançada por Dimarco, mas ela chegou aos pés de Nedim Bajrami, que agradeceu a oferta, encarou Donnarumma e atirou a contar. A Albânia, uma das equipas menos favoritas, estava a ganhar ao campeão de 2021. E a Itália, traumatizada e em reconstrução, podia bem ter cedido à depressão em campo.

Mas a “squadra azzurra” não cedeu. E saiu de Dortmund com uma vitória por 2-1, na primeira jornada do Grupo B, aquele que, neste Europeu, é considerado o grupo da morte. Foi uma boa Itália (mas não “bella”) que conseguiu dar a volta aos albaneses em apenas 15 minutos. E foi uma Albânia que, para além de ter entrado para o livro de recordes do Europeu com o golo mais rápido de sempre (o anterior era do russo Kirichenko frente à Grécia no Euro 2004), deixou bem claro que não será o “saco de pancada” do agrupamento e, tendo em conta o que aconteceu no outro jogo (em que a Espanha desfez a Croácia), um apuramento para os “oitavos” não estará fora de hipótese.

De certeza que não há nenhum desenho táctico que possa antecipar uma situação destas e Luciano Spalletti terá levado as mãos à careca quando viu Dimarco meter a bola dentro da própria área nos pés de Bajrami, homem com conhecimento de causa do “calcio” (joga no Sassuolo). Depois do golo, festejou como poucos golos foram festejados neste Euro, mas esse momento teria de ficar para trás – ainda faltavam mais de 90 minutos para jogar.

A Itália, que tinha chegado ligeiramente atrasada ao jogo, colocou-se em campo para espantar os fantasmas. Aos 8’, canto curto, Dimarco meteu em Pellegrini, este colocou a bola na área, Bastoni elevou-se sem oposição e fez o empate. Aos 16’, Nicolo Barella concretizou a reviravolta com um tiro bem direccionado, após um lance dividido entre Dimarco e Asani, e sem qualquer hipótese para o guarda-redes Berisha.

Os “azzurri” só tinham de segurar a vantagem e consolidá-la com mais golos. Tinham espaço para isso porque a Albânia, com medo da goleada, ficava em números altos perto da sua baliza. A equipa bem trabalhada por Sylvinho queria também manter o jogo ainda em aberto – bastaria uma boa bola para empatar. E teve-a. Mas a Itália teve uma mão cheia de oportunidades para que este jogo não fosse dramático nem traumático.

Depois de todas as oportunidades falhadas pelos italianos, a Albânia teve o seu tiro já em cima dos 90’. Lançado em velocidade pela ala, Ray Manaj, homem-golo do Sivasport e com formação no Barcelona, dominou a bola no peito, encarou Donnarumma, mas o guardião do PSG desviou para outro lado que não a sua baliza. E salvou a Itália de si própria.

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