EUA analisam resposta do Hamas a plano de cessar-fogo em Gaza

Hamas indicou ter transmitido aos mediadores do Qatar e do Egipto a resposta à proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza apoiada pelos Estados Unidos, com algumas “notas” sobre o acordo.

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Os Estados Unidos disseram que estão a analisar a resposta do movimento islamista à proposta de cessar-fogo Nathan Howard / REUTERS
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Os Estados Unidos disseram que estão a analisar a resposta do movimento islamista palestiniano Hamas à proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza apoiada por Washington.

"Não vou fornecer qualquer contexto ou detalhes sobre a resposta que acaba de chegar e que a nossa equipa está actualmente a avaliar, tal como os nossos amigos no Qatar e no Egipto", disse na terça-feira o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby.

Horas antes, o Hamas indicou ter transmitido aos mediadores do Qatar e do Egipto a sua resposta à proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza apoiada pelos Estados Unidos, com algumas "notas" sobre o acordo. No entanto, fonte do Governo israelita disse à Reuters, na noite desta terça-feira, que o Hamas terá rejeitado a proposta de cessar-fogo para Gaza apresentada por Joe Biden.

O Hamas e um outro grupo islamista de menor dimensão, a Jihad Islâmica, afirmaram estar dispostos a "negociar de forma positiva para chegar a um acordo" e disseram que a sua prioridade é pôr um "fim total" à guerra entre Israel e os combatentes islamistas naquele território palestiniano.

Um alto responsável do Hamas, Osama Hamdan, disse ao canal de televisão libanês Al-Mayadeen que o grupo "enviou algumas notas sobre a proposta aos mediadores", sem fornecer mais pormenores.

Os dois movimentos palestinianos disseram na terça-feira que a sua resposta ao plano de cessar-fogo apresentado a 31 de Maio pelo Presidente dos Estados Unidos — e apoiado, na segunda-feira, por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU — apela ao "fim total da agressão" na Faixa de Gaza.

"A [nossa] resposta dá prioridade aos interesses do povo palestiniano e sublinha a necessidade do fim total da agressão em curso em Gaza", declararam o Hamas e a Jihad Islâmica num comunicado conjunto, acrescentando que estão prontos a "empenhar-se de forma positiva para chegar a um acordo que ponha fim a esta guerra".

Entretanto, os ministérios dos Negócios Estrangeiros do Qatar e do Egipto indicaram, num comunicado conjunto, que estão a analisar a resposta e irão prosseguir os seus esforços de mediação, juntamente com os Estados Unidos, "até ser alcançado um acordo".

O plano prevê, numa primeira fase, um cessar-fogo de seis semanas, acompanhado de uma retirada israelita das zonas mais densamente povoadas de Gaza, da libertação de alguns reféns e de prisioneiros palestinianos em Israel.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou na terça-feira apoio ao plano, exortando todas as partes a aproveitarem "a oportunidade para chegarem a um acordo".

Guterres instou à abertura de todas as vias possíveis de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde "o horror" deve parar e os trabalhadores da organização devem ser protegidos.