A Geórgia pode ser a segunda Ucrânia?

Para nos falar sobre o que se passa na Geórgia, e da lei dos “agentes estrangeiros”, convidamos Cátia Miriam Costa, investigadora do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE.

O Sonho Georgiano, o partido no poder na Geórgia, aprovou um projecto de lei que tem motivado uma forte contestação social nas ruas da capital. O Governo da Geórgia quer obrigar as organizações da sociedade civil e os meios de comunicação social que recebam, pelo menos, 20% do seu financiamento através do exterior, a registarem-se como grupos "ao serviço de potências estrangeiras".

Esta lei é conhecida como a lei dos “agentes estrangeiros” e é um decalque de legislação russa aprovada por Putin, em 2012, para reprimir os seus opositores. A pretensão é contestada pela oposição e alguns dos seus líderes foram agredidos em manifestações nas ruas de Tiblissi.

Mas são os mais jovens que lideram os protestos contra o que chamam a lei russa. Enquanto as gerações mais novas são a favor da integração na União Europeia, as gerações mais velhas são sensíveis à manutenção ou reconstituição dos velhos laços com a Rússia.

A Geórgia está numa encruzilhada. Os EUA ameaçam suspender o financiamento do país e a União Europeia entende que a adesão do pode estar comprometida. O partido no poder entende, no entanto, que é possível estar bem com Bruxelas, Washington e Moscovo ao mesmo tempo. Será que a Geórgia corre o risco de ser uma segunda Ucrânia? Para nos falar sobre o que se passa neste país, convidamos Cátia Miriam Costa, investigadora do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE.


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