A Adidas lançou novas sapatilhas para 41 modalidades olímpicas num evento em Paris, nesta quinta-feira, ao lado de atletas patrocinados, incluindo a medalhista de ouro de escalada Janja Garnbret, aproveitando o futuro evento para se concentrar no desporto e não nas celebridades.
O director-executivo da Adidas, Bjorn Gulden, quer que a marca fabrique calçado e vestuário para uma maior variedade de desportos, afastando-se da estratégia anterior de se concentrar em menos desportos. "Os Jogos Olímpicos são o evento desportivo em que o mundo inteiro se reúne, grandes e pequenos desportos, grandes e pequenos países, e para nós é muito importante criar produtos para cada um dos desportos e para cada um dos países", declara em entrevista.
Marcas de vestuário desportivo como a Adidas, a Puma e a sua maior rival americana, a Nike, estão a apostar que o seu investimento em marketing, o patrocínio de atletas olímpicos e equipas nacionais compensarão à medida que mais consumidores se envolverem com o desporto e comprarem produtos como sapatilhas de corrida este Verão.
De acordo com a Euromonitor, o calçado de desempenho, uma categoria que inclui ténis de corrida, cresceu 8,2% em 2023, e está previsto uma taxa de crescimento anual composta de 7,2% para o período de cinco anos até 2028.
Mas com os rendimentos disponíveis ainda espremidos pela inflação, as marcas estão a ter de se esforçar mais para convencer os compradores a gastar.
Kits das equipas olímpicas
"Os consumidores poderão estar a tentar envolver-se mais com a categoria de vestuário desportivo devido aos Jogos deste Verão, no entanto, capitalizar esta atenção acrescida ao desporto será um desafio em muitos mercados", afirma Suzi Gardner, analista sénior de investigação da Euromonitor.
A Adidas também lançou kits para as equipas olímpicas que patrocina, incluindo a Alemanha, Grã-Bretanha, a Polónia, o Bahrein, Cuba, a Hungria e a Turquia. Os seus kits incluem vestuário especialmente concebido para os atletas que competem em cadeira de rodas.
Como parte de um esforço para desenvolver uma nova geração de entusiastas dos Jogos Olímpicos, o skate, o BMX freestyle e a escalada, que fizeram a sua estreia olímpica em Tóquio em 2021, também estarão presentes em Paris.
A Adidas e as suas congéneres também estão interessadas em gerar um burburinho em torno dos Jogos junto da Geração Z e dos consumidores adolescentes, um grupo demográfico fundamental para o futuro destas empresas.
Na semana passada, a Nike convidou influenciadores para um desfile elegante em Paris, onde atletas patrocinados, incluindo a velocista norte-americana Sha'CarriRichardson, a velocista britânica Dina Asher-Smith e o maratonista queniano Eliud Kipchoge, exibiram os novos equipamentos olímpicos da marca, servindo de modelos.
"O que está em causa é o esbatimento das linhas entre o que é moda e o que é desempenho, e o facto de as pessoas se identificarem com os atletas como criadores de gostos nesse espaço", contextualiza Abbie Zvejnieks, analista de vestuário desportivo e de retalho na Piper Sandler, em Nova Iorque.