Ao minuto Última actualização a 14 Abril 2024 - 23:40
G7 condena “ataque sem precedentes” do Irão. EUA dizem que não querem guerra
O Irão lançou este sábado drones e mísseis contra Israel num operação que baptizou de “Promessa Verdadeira”. Líderes do G7 e Conselho de Segurança da ONU vão reunir este domingo.
Para saber mais
Este Ao Minuto do PÚBLICO, onde acompanhámos desde sábado à noite o ataque aéreo do Irão e seus aliados a Israel, fica por aqui.
Leia mais sobre o assunto nos seguintes artigos:
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Momento-chave
Embaixador do Irão diz que tripulantes do navio português atacado no sábado já foram libertados
O embaixador iraniano em Portugal afirmou numa entrevista à RTP que a tripulação do navio de pavilhão português que foi atacado por forças iranianos no estreito de Ormuz no sábado já foi libertada. A apreensão do navio, que está em território iraniano "nada teve a ver com a bandeira", garantiu Seyed Majid Tafreshi.
"É uma questão meramente técnica", justificou: "Têm um sistema — AIS, se bem me lembro, Sistema de Identificação Automática — e houve uma queixa porque, ao que parece, estava desligado". Os tripulantes "não estão a ser controlados, nem interrogados", afirmou o embaixador.
O embaixador de Portugal em Teerão reuniu-se este domingo com o chefe da diplomacia do Irão por causa do MSC Aries, mas, tendo em conta o clima de alta tensão no Médio Oriente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros considerou “aconselhável manter reserva”. Dos 25 tripulantes do navio, 17 são indianos — não havia portugueses a bordo.
Zelensky condena ataque iraniano e diz que a Ucrânia precisa de ajuda, tal como Israel
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky condenou no domingo o ataque com drones e mísseis do Irão contra Israel e afirmou que o seu país precisa da ajuda dos seus aliados para se defender das ameaças aéreas, tal como Israel, apelando novamente ao Congresso dos EUA que aprove um pacote de pacote de ajuda que está bloqueado há meses por disputas políticas.
Depois de uma mensagem deixada no X, Zelensky afirmou numa mensagem em vídeo que "Israel não está sozinho na sua defesa, as ameaças no céu também foram destruídas pelos seus aliados". "Quando a Ucrânia diz que os aliados não podem fechar os olhos aos mísseis e drones russos, isso significa que é necessário actuar e actuar com firmeza", concretizou.
Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, disse no domingo que iria tentar garantir a aprovação da ajuda a Israel esta semana, após o ataque do Irão, mas não disse se a legislação iria incluir assistência à Ucrânia e a outros aliados.
Momento-chave
Autoridades israelitas permitem a abertura de escolas na segunda-feira
As autoridades israelitas voltaram a aliviar as restrições impostas no país por causa do ataque aéreo do Irão. As actividades lectivas e a actividade profissional podem afinal ser retomadas (estavam proibidas ao longo de toda a segunda-feira) na generalidade do país — mas, em alguns pontos, como perto de Gaza, só se houver abrigos nas proximidades. Mantêm-se algumas restrições a ajuntamentos.
Momento-chave
Embaixador israelita na ONU compara líder do Irão a Hitler
Gilad Erdan, embaixador de Israel nas Nações Unidos, afirmou perante o Conselho de Segurança, convocado a pedido de Israel, que "o regime islâmico de hoje não é diferente do Terceiro Reich". Ali Khamenei, o líder iraniano, "não é diferente de Adolf Hitler", acusou.
"Exortei este Conselho a tomar medidas concretas contra o regime dos Ayatollah. Deixei claro que o Irão e as suas ambições hegemónicas de domínio global devem ser travadas antes que conduzam o mundo a um ponto sem retorno, a uma guerra regional que pode escalar para uma guerra mundial", disse Erdan, citado pela Al-Jazeera. "Ontem à noite, o mundo assistiu a uma escalada sem precedentes que constitui a prova mais clara do que acontece quando os avisos não são ouvidos".
Gilad Erdan deixou ainda três exigências aos membros do Conselho de Segurança da ONU: uma forte condenação ao ataque do Irão, a imposição de mais sanções e a activação das medidas do acordo nuclear do Plano de Acção Conjunto Global (relativo à eliminação das reservas de urânio enriquecido do Irão); e, por último, que os Guardas da Revolução Islâmica sejam classificados como uma "organização terrorista".
Irão acusa EUA, Reino Unido e França de "fecharem os olhos à realidade"
Amir Saeid Iravani, representante iraniano na ONU, repetiu o argumento de que o ataque de sábado à noite contra Israel foi uma retaliação pelo ataque à embaixada do Irão em Damasco. À semelhança do diplomata russo, também ele acusou os Estados Unidos, Reino Unido e França de adoptarem "um comportamento hipócrita" ao "fecharem os olhos à realidade e ignorarem as causas profundas que contribuem para a situação actual", cita a Al-Jazeera.
"Estes três países culparam e acusaram falsamente o Irão, sem terem em conta os seus próprios fracassos: manter o compromisso internacional de paz e segurança na região. Tentaram, sem sucesso, usar mentiras, manipular a narrativa, espalhar desinformação e envolver-se num jogo de culpas destrutivo", acusou Amir Saeid Iravani no Conselho de Segurança da ONU.
E prosseguiu: "Há mais de seis meses que estes países, especialmente os Estados Unidos, isentam Israel de qualquer responsabilidade pelo massacre de Gaza. Enquanto negavam ao Irão o direito inerente à autodefesa contra o ataque armado israelita às nossas instalações diplomáticas, justificaram vergonhosamente um massacre e um genocídio contra o povo palestiniano indefeso."
Momento-chave
Rússia acusa EUA, Reino Unido e França de "hipocrisia" no Conselho de Segurança da ONU
Vasily Nebenzya, embaixador da Rússia nas Nações Unidas, acusou os EUA, o Reino Unido e França de "hipocrisia e duplicidade de critérios" por terem condenado o ataque iraniano a Israel, mas não o ataque à embaixada do Irão em Damasco — que Israel nunca reivindicou, mas do qual tem sido acusado.
De acordo com o The New York Times, os russos consideraram que a falta de acção do Conselho levou à escalada das tensões no Médio Oriente e à retaliação do Irão. Vasily Nebenzya insistiu num apelo a um cessar-fogo em Gaza.