PCP condena ataque do Irão e defende que Portugal deve ser “construtor da paz”

Paulo Raimundo participou numa cerimónia de deposição de cravos junto ao memorial do 25 de Abril, em Grândola.

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O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, condenou, este domingo, o ataque do Irão a Israel, no sábado à noite, e defendeu que o Estado português “está obrigado a ser um construtor da Paz” em respeito da Constituição da República.

“É em respeito da Constituição da República e da própria revolução [do 25 de Abril] que o Estado português está obrigado a ser um construtor da paz, a ser um agente da paz e não a ser um promotor e um incentivador da guerra”, afirmou.

O líder comunista falava aos jornalistas depois de ter participado na deposição de cravos junto ao memorial do 25 de Abril, na vila de Grândola, no distrito de Setúbal, ao som da música “Grândola, Vila Morena”.

“Condenamos esta escalada que começou de forma mais expressiva com o bombardeamento de Israel ao Consulado do Irão, em Damasco, e que teve agora esta resposta militar por parte do Irão”, acrescentou.

E defendeu que “é preciso acabar de uma vez por todas com o massacre e com o genocídio do povo palestiniano, reconhecer os seus direitos, reconhecer o seu Estado e o seu direito próprio ao seu próprio desenvolvimento”.

“Estamos muito preocupados com esta escalada, estamos muito preocupados até onde nos vai levar esta escalada”, realçou.

Em Grândola, onde vai participar num almoço-comício dos 50 anos do 25 de Abril e dos 103 anos do PCP, Paulo Raimundo reafirmou que “o Estado português tem, por respeito à Constituição e por respeito à Revolução que estamos hoje a assinalar, obrigação de ser um agente da Paz, agente do diálogo e um agente da resolução pacífica e não ser um instigador da guerra”.

Questionado pelos jornalistas sobre a decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de convocar o Conselho de Segurança para segunda-feira, Paulo Raimundo, insistiu no “cumprimento e respeito” pela constituição e pelo 25 de Abril.

“Para isso só há uma coisa a fazer que é o Estado português assumir todas as suas responsabilidades, todos os seus instrumentos, todos os seus meios diplomáticos para ser um dos principais instigadores da Paz e do diálogo e não o instigador da guerra”, afirmou.