Tiroteios no Maine provocam 18 mortos e atirador continua a monte

Restaurante e salão de bowling atacados. Suspeito armado ainda não foi capturado.

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Imagem de videovigilância do suspeito dos ataques no Maine, divulgada pelas autoridades locais Polícia de Lewiston, Maine, EUA
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Um homem matou 18 pessoas e feriu outras 13 em dois tiroteios, na noite de quarta-feira, num restaurante e num salão de bowling em Lewiston, uma cidade universitária no estado norte-americano do Maine, no Nordeste dos Estados Unidos. O balanço oficial de vítimas foi feito na manhã desta quinta-feira (tarde em Portugal) pela governadora do estado, Janet Mills, que confirmou que o atirador continua a monte. As autoridades decretaram recolher obrigatório em três localidades, onde decorre uma caça ao homem que envolve centenas de agentes.

A sequência de tiroteios iniciou-se cerca das 19h locais (meia-noite em Portugal continental) no salão de bowling Just-in-time Recreation, na zona norte de Lewiston, onde decorria um torneio infantil. Minutos depois, era atacado o restaurante Schemengees, na zona sul. Em ambos os casos, trata-se de centros da vida social da cidade, onde muitas famílias estavam a jantar e a divertir-se.

O presumível autor dos ataques estará na posse de uma arma automática do tipo AR-15, informa a polícia de Lewiston. As autoridades procuram por Robert Card, um homem de 40 anos, instrutor de armamento e militar na reserva, com historial de problemas psiquiátricos e de ameaças contra instituições públicas.

As buscas pelo presumível autor centram-se em localidades próximas de Lewiston, como Lisbon, onde foi encontrada uma viatura Subaru Outback de cor branca possivelmente utilizada pelo suspeito, e Bowdoin, onde os residentes receberam ordens para se manterem em casa. Centenas de agentes de autoridade participam na operação policial, que envolvia agências federais como o FBI e a ATF. O Presidente norte-americano, Joe Biden, está a acompanhar a situação e em contacto com as autoridades do Maine, informou a Casa Branca e a governadora estadual.

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Imagem do veículo utilizado pelo presumível suspeito Polícia de Lewiston, Maine, EUA

As escolas públicas de Lewiston e de outras localidades próximas informaram que vão estar encerradas ao longo desta quinta-feira. “Por favor permaneçam abrigados onde estão ou procurem um local seguro”, aconselhou a organização de escolas públicas da cidade através de um comunicado.

Os habitantes de Lewiston descrevem um ambiente de enorme agitação e medo. Billie Jayne Cooke disse à BBC que estava a sair de um evento público quando soube do tiroteio. “Na viagem de regresso a casa eram só sirenes barulhentas, uma sirene atrás da outra. Helicópteros, sirenes: nunca na minha vida ouvi tanta actividade nesta cidade”, contou.

Com cerca de 40 mil habitantes, Lewiston é a segunda maior cidade do Maine, a seguir a Portland, e localiza-se a meio caminho entre esta e a capital estadual, Augusta. O Maine é um dos estados norte-americanos onde a posse de armas está menos regulada, não sendo necessária qualquer licença para adquirir armamento e munição. É simultaneamente um dos estados com maior índice de posse de armas, devido a fortes tradições de caça, e um dos mais seguros do país.

Até esta noite – e com a notória excepção do massacre de 20 crianças e seis adultos na escola primária de Sandy Hook em Newtown, Connecticut, em 2012 a região da Nova Inglaterra (Maine, New Hampshire, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut e Vermont) tinha escapado ao pior do flagelo dos tiroteios em massa nos Estados Unidos. Lewiston entra agora numa longa lista de massacres como aquele que será o mais grave no país em 2023 e, a confirmarem-se os números mais elevados referidos esta noite, um dos piores dos últimos anos.

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