Palcos da semana: três festivais, festa à francesa e a estreia de Bantu

A nova criação de Victor Hugo Pontes, a Festa do Cinema Francês, o Jazz ao Centro, o Festival Internacional de Marionetas do Porto e o Out.Fest marcam a agenda dos próximos dias.

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Lakecia Benjamin é uma das estrelas do 21.º Jazz ao Centro Elizabeth Leitzell
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Bantu, a nova criação de Victor Hugo Pontes José Caldeira
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O Hotel Modern traz Our Empire ao FIMP Pauline Kalker
,Inverno de 54: Padre Pierre
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Abbé Pierre - Uma Vida de Causas, um dos filmes exibidos na Festa do Cinema Francês DR
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Rojin Sharafi participa no 19.º Out.Fest Hessam Samavatian
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Ao centro, jazz de novo

“Renascida” dois anos depois do acidente que, entre outros ferimentos, lhe partiu o maxilar, a saxofonista norte-americana Lakecia Benjamin regressou aos discos este ano com Phoenix. E vem apresentá-lo, com o seu quarteto, a um dos maiores festivais de jazz portugueses: o Jazz ao Centro. Não é o único acontecimento imperdível desta 21.ª edição dos Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra.

Entre os 50 músicos que alinham no cartaz, encontramos Sven-Åke Johansson e Jan Jelinek a marcarem o ritmo da abertura, Lívia Nestrovski e Fred Ferreira com um programa desenhado para a ocasião e Lotte Anker e Gabriel Ferrandini com o resultado de uma semana de criação conjunta.

Também há espaço para o colectivo Chão Maior levantar o véu sobre Snakes and Thunder (a editar para o ano), para escutar o sexteto Axes de João Mortágua com Hexagon e para assistir, pela primeira vez, ao trio composto por Luís Vicente, William Parker e Mark Sanders.

De Portugal a Moçambique, Pontes

Bantu, a nova criação de Victor Hugo Pontes, é um dos momentos de celebração dos 20 anos de carreira do coreógrafo e encenador. Mas é, sobretudo, “um ponto de encontro entre dois continentes e dois países com afinidades e memórias comuns”, regista a folha de sala.

São intérpretes portugueses e moçambicanos que dão vida ao espectáculo, nascido de um desafio lançado pelos Estúdios Victor Córdon e pelo Camões - Centro Cultural Português em Maputo – cidade que faz parte da digressão delineada para depois da estreia no Porto. Famalicão, Aveiro, Viseu, Guimarães, Ovar, Coimbra, Lisboa e Leiria são outras paragens previstas.

Memoráveis manipulações

O Teatro de Marionetas do Porto abre a função com Armazém 88, em que olha para trás e reinventa o percurso, a propósito do seu 35.º aniversário. A artista visual Agnieszka Polska entra em cena com The Talking Car, uma narrativa em camadas de personagens, temas e imagens. A companhia Hotel Modern traz Our Empire, uma história neerlandesa de violência imperialista.

Neste FIMP - Festival internacional de Marionetas do Porto, também veremos Xavier Bobés e Alberto Conejero tratarem com pinças as delicadas e poéticas recordações de um professor e seus alunos, interrompidas pelo franquismo. E Paulo Duarte a construir uma Polaroïd teatral inédita.

São exemplos de Memória, Imagem e Manipulação, o tema que faz mover esta 34.ª edição. Com um cartaz engordado para 17 espectáculos (mais três que no ano passado), oriundos de sete países, o certame dirigido por Igor Gandra inclui ainda oficinas, masterclasses, música, uma exposição sobre os 30 anos d’A Tarumba e uma extensão a Aveiro, a 5 de Novembro, para levar à cena o “vertiginoso e desconcertante” Negative Space dos britânicos Reckless Sleepers.

Dez cidades à francesa

A 24.ª Festa do Cinema do Francês traz uma selecção de 73 filmes a descobrir – uma oportunidade particularmente apetecível tendo em conta que a maioria não entra no circuito comercial.

Só inéditos são 17, incluindo Abbé Pierre - Uma Vida de Causas, de Frédéric Tellier, e Vira-Latas, de Jean-Baptiste Durand. Este marcará presença enquanto convidado, numa lista em que também figuram Cristèle Alves Meira – alvo da secção Foco –, Valérie Donzelli, Maria de Medeiros e Nicolas Philibert, a quem é dedicada uma retrospectiva.

Mas, antes de mais, o São Jorge acolhe a antestreia de Jeanne Du Barry: A Favorita do Rei, de Maïwenn, que faz as honras de abertura. Como é apanágio da festa francófona, o cartaz começa a exibir-se em Lisboa, mas estende-se a muitas outras cidades – dez no total.

Barreiro sem barreiras

É altura de fugir à corrente principal, dar palco a exploradores e sondar territórios musicais inesperados. O Out.Fest está pronto a cumprir mais uma vez o seu propósito, com os mais 30 artistas que convocou para a 19.ª edição, sejam talentos históricos ou recém-despontados.

Exemplos? A aventureira gaita-de-foles de Brìdghe Chaimbeul a ecoar numa igreja, Tiago Sousa a tocar um órgão tricentenário, a iraniana Rojin Sharafi em aplaudidas manobras electroacústicas, a sonoridade espectral dos Nze Nze ou os ensinamentos dos veteraníssimos Carlos Zíngaro e Alvin Curran.

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