Woody Allen, e a morte? “É um mau negócio. A única coisa que podemos fazer é não pensar nela”

Coup de Chance teve a sua estreia no Festival de Veneza, fora de concurso, arrebatando palmas. Aos 87 anos, o cineasta continua disponível para filmar: dêem-lhe o dinheiro e desapareçam.

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Woody Allen esta manhã a correr para a conferência de imprensa: aos 87 anos, o realizador não tem tempo a perder GUGLIELMO MANGIAPANE/Reuters
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Um filme "écrit et réalisé" por Woody Allen: Coup de Chance. Escrito, na verdade, para actores americanos, aos quais cabe interpretar um casal de expatriados em Paris, foi reescrito ("apenas mudanças triviais", diz o cineasta) quando apareceu dinheiro europeu para o produzir e filmar em Paris. E em francês. Começa agora a mostrar-se na Europa, acompanhando uma digressão do Woody-clarinetista com a New Orleans Jazz Band que o levará também, nos próximos dias 13 e 14, ao Porto e a Lisboa, respectivamente (com o bónus de uma conferência de imprensa na Cinemateca Portuguesa, enquadrando a exibição da obra-prima Manhattan). E foi para dar início a essa marcha triunfal que se estreou mundialmente no Festival de Veneza, fora de concurso, reabilitando as ovações de entusiasmo a um autor ameaçado de cancelamento nos Estados Unidos, onde se mantém a sombra da acusação de abuso sexual da filha adoptiva Dylan Farrow. Ainda se podem ouvir, afinal, numa sala de cinema. E em declarações entusiasmadas como esta: "É o melhor Woody Allen desde...". Desde quando, desde que filme, desde que ano? Ninguém sabe. O que caiu no goto foi o reencontro.

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