Nelma Fernandes: “O racismo é uma realidade que ainda persiste”

A empresária nasceu na Guiné-Bissau, cresceu em Portugal e foi conhecer o amor da sua vida e actual marido à Alemanha.

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Nelma Fernandes diz que o pior elogio que lhe podem fazer é dizerem que o pior defeito que tem é ser do Futebol Clube do Porto. DR
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Tem Facebook, Twitter, Instagram, Tik-Tok? Já desistiu de alguma rede social? Qual é a que usa mais?
A única que não tenho é mesmo o Tik-Tok. Utilizo cada vez menos o Facebook e cada vez mais o Instagram.

Tem noção de quantas horas por dia está agarrada ao telemóvel?
Mais do que deveria…

Em que circunstância desliga ou põe o telemóvel em modo de voo?
Apenas quando estou a viajar de avião.

Já se arrependeu de alguma coisa que escreveu numa rede social? O quê?
Não.

Onde conheceu o amor da sua vida? Foi à primeira vista? Ou na primeira conversa de chat?
Nasci na Guiné-Bissau — pai angolano e mãe cabo-verdiana , cresci em Portugal e fui conhecer o amor da minha vida e meu actual marido à Alemanha. Diria que foi mais amor à terceira vista…

Tem a noção de quantos ex-amigos tem? Cinco? Dez? Ou nunca se zangou com um amigo?
As zangas fazem parte da amizade, mas por norma resolvem-se rápido.

Já se sentiu co-responsável por uma atitude racista ou foi vítima de racismo? Em que circunstâncias?
Esta pergunta daria uma longa conversa… O racismo é uma realidade que ainda persiste, mas acredito que cada vez mais a sociedade está sensibilizada para a importância da inclusão e do respeito pela diferença.

Alguma vez foi vítima de assédio sexual no local de trabalho por um superior hierárquico?
Não.

Qual é o elogio que menos gosta que lhe façam?
Que o único defeito que tenho é ser do Futebol Clube do Porto.

Apaga as fotografias em que não ficou bem?
Sempre.

Alguma vez fez alguma figura triste depois de ter bebido de mais?
Não bebo álcool, mas com toda a certeza já terei feito figuras tristes noutras situações.

Qual é a sua bebida preferida?
Água e Coca-Cola. De preferência bem frescas e numa esplanada.

E personagem de romance?
Patrick Swayze e Jennifer Grey, no filme Dirty Dancing

Fora de Portugal, qual é o lugar onde se sente em casa? E porquê?
Na Guiné-Bissau, o país onde nasci. Na verdade, sinto-me em casa sempre que estou nos países da CPLP, que represento e aonde vou com frequência.

Qual o melhor conselho que lhe deram na vida?
Tratar sempre as pessoas com dignidade.

Em que situações se considera uma “chata”?
Em todas as situações que envolvem organização. Sou extremamente organizada.

E corrupção? Já foi abordada ou já abordou alguém para uma cunha? E conheceu directamente casos de suborno com dinheiro?
A corrupção é um dos principais travões ao desenvolvimento e crescimento económico. Acredito em políticas e decisões transparentes, que tenham impacto positivo e directo no bem-estar dos cidadãos.

Diga, por favor, seis livros (ou mais) que mudaram coisas na sua vida.
O Devir da Lusofonia, da minha amiga Isabelle de Oliveira, porque trata da nossa lusofonia aos olhos da filha de emigrantes portugueses em França. A Rainha do Sul, Arturo Pérez-Reverte. O Velho e o Mar, Ernest Hemingway. O Vento Conhece o Meu Nome, Isabel Allende. O Último Voo do Flamingo, Mia Couto. Equador, Miguel Sousa Tavares. Ilha das Trevas, José Rodrigues dos Santos. O Infinito Está nos Olhos do Outro, Fátima Campos Ferreira.

Alguma vez fumou? E fumou na cama?
Nunca fumei.

Tem noção da época em que os homens homossexuais deixaram de ser chamados “maricas”?
Ainda há muito preconceito.

Diga o nome de três portugueses vivos que admira (não vale a sua mãe nem o seu pai).
Cristiano Ronaldo, António Horta Osório, Fátima Campos Ferreira.

E entre os que já morreram? (idem)
Comendador Rui Nabeiro; Amália Rodrigues; Jorge Sampaio.

Já teve algum ataque de ansiedade? Em que circunstâncias?
Não.

E já se sentiu profundamente exausta? Foi burnout?
Profundamente cansada, sobretudo ao final de um dia de trabalho na busca de soluções que permitam aumentar as oportunidades de negócio para os países da CPLP e contribuir para o desenvolvimento socioeconómico da comunidade.

O seu ideal de vida é levantar-se às 6h ou prefere deitar-se por essa hora?
O meu ideal é dormir sempre oito horas por dia. Não perco noites.

Se lhe pedissem conselhos para uma relação amorosa feliz, o que é que dizia?
Compreensão e respeito.

Costuma usar a expressão “todes” em vez de “todos”? Acha que o acordo ortográfico devia ser mudado para tornar a linguagem mais inclusiva?
Não. A inclusão não passa apenas por palavras, mas sim por atitudes e exemplos.

É vegetariana, vegan, faz alguma dieta especial? Porquê?
Não, e nunca recuso um bom prato tradicional da nossa comunidade. Adoro uma boa feijoada, picanha, cachupa ou muamba. No dia-a-dia, tento manter uma alimentação variada e equilibrada.

A sua vida tem quantas músicas?
Muitíssimas. Gosto de vários estilos musicais: blues, jazz, hip-hop, africana, fado, samba, etc..

Qual foi o último filme que viu? E qual foi o último de que gostou?
Barbie e O Meu Pai É Um Perigo.

Tem um último desejo?
Saúde e luz.

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