George Santos, o trumpista que mentiu em (quase) tudo para chegar ao Congresso

Eleito congressista em Novembro, republicano confessou não ter curso superior nem ter trabalhado na Goldman Sachs, como constava no seu currículo: “Fazemos coisas estúpidas na vida.”

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George Santos é filho de imigrantes brasileiros National Republican Congressional Committee

O político norte-americano George Santos, deputado eleito pelo Partido Republicano, admitiu na segunda-feira que mentiu sobre a sua formação académica e o seu historial profissional durante a campanha para as eleições intercalares de Novembro. O caso foi revelado na semana passada pelo jornal New York Times.

Filho de imigrantes brasileiros e apoiante do ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, Santos apresentou a sua versão da história a dois órgãos de comunicação social conservadores, o jornal New York Post e a rádio WABC-AM. Antes disso, ele e os seus advogados tinham recusado comentar a notícia do New York Times.

“Não sou um criminoso”, disse ao NY Post, reforçando que pretende tomar posse como congressista na nova legislatura, no início do próximo ano. “O meu pecado foi ter enfeitado o meu currículo. Peço desculpa. Fazemos coisas estúpidas na vida.”

Segundo o político, a sua campanha foi baseada nas preocupações dos americanos e deve ser analisada sob esse aspecto, não em relação ao currículo. “Pretendo trabalhar para cumprir as promessas que fiz: combater o crime, lutar para baixar a inflação e melhorar a educação.”

George Santos admitiu que não se formou na Baruch College, de onde dizia ter um diploma. Os directores da faculdade não encontraram registos de ninguém com o seu nome ou a sua data de nascimento que tivesse completado lá os estudos em 2010. E também confirmou que nem sequer é formado, não tendo completado qualquer curso numa instituição de ensino superior.

Santos confirmou ainda que, tal como descobriu o NY Times, nunca trabalhou no Citigroup ou na Goldman Sachs, como constava na sua biografia. As duas empresas de Wall Street afirmaram que não têm registos de que ele lá tenha trabalhado.

O político teria tido contacto com as empresas em trabalhos realizados por uma outra empresa, a LinkBridge Investors, da qual teria sido vice-presidente — o Times informou que comprovou o vínculo dele com a empresa. Segundo Santos, a afirmação de que passou pelo Citigroup e pela Goldman Sachs deveu-se a uma “má escolha de palavras”.

Exclusivo PÚBLICO/Folha de S. Paulo

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