Queres saber como lidar com os bullies?

Qualquer um pode ser vítima, mas há crianças e jovens mais vulneráveis.

Foto
"Ser vítima de bullying não é uma vergonha, ninguém deve ser magoado ou humilhado" @petercalheiros

Certamente que já ouviste falar de bullying e até já podes ter sentido na pele este tipo de agressão, que magoa e que ocorre muitas vezes dentro da escola, embora também seja comum ocorrer fora dela. Neste momento, esta é uma preocupação para muitos jovens entre os 10 e os 18 anos.

Bullying é uma palavra inglesa para definir provocação, intimidação e violência dentro de uma relação desigual entre pares, que acontece repetidamente e ao longo do tempo, por parte de uma ou mais pessoas.

O bullying é considerado uma acção negativa porque alguém intencionalmente causa, ou tenta causar, dano ou mal-estar a outra pessoa. Pode ser agressão física ou psicológica, presencialmente ou pela Internet.

Existem estudos que demonstram que os adolescentes tendem a encarar a violência entre pares, e de uma forma geral, como normal, porque a sociedade tende a dizer que as bulhas entre as crianças são normais. E, às vezes, ouves pessoas dizerem: “Se ele te bateu, bate também”, mas vale a pena questionares este pensamento porque vais concluir que violência gera violência. Inclusive, muitas vezes, perante estas situações acontece que a vítima se transforma também em agressor. Percebes o impacto que isto tem na vida das pessoas?

Quem pode ser vítima?

Qualquer um pode ser vítima, mas há crianças e jovens mais vulneráveis, por exemplo, aquelas que têm uma aparência diferente, excesso ou baixo peso, que gaguejam, que não se vestem como a maioria, que têm problemas de saúde ou que se mostram passivas, pouco assertivas, introvertidas e incapazes de se defender.

Podem também ser provocadoras ou agressivas (de temperamento exaltado e que retaliam a agressão), embora seja menos frequente.

Sabes o que fazer se fores vítima de bullying?

Os bullies gostam de provocar e sentem-se tão fortes que não estão à espera que ninguém os enfrente. Mostrar que não tens medo e olhá-los nos olhos são formas de os enfrentar sem lutar com eles.

Se houver adultos por perto, o melhor é juntares-te a eles, acredita que fazer isto não é mostrar fraqueza, simplesmente tens o direito de não ser importunado.

Se o bully te agredir com palavras, não demonstres que te afecta. Se passares no corredor e ele te provocar, segue o teu caminho sem olhar ou mostrar desagrado com o que ele diz. Ignora-o! É difícil, eu sei, mas se deres muita atenção ele vai achar-se vitorioso e tu vais sair magoado.

Lembra-te:

Tu não és nada daquilo que ele está a dizer!

O bullying é algo sério e que magoa, não deves guardar o que sentes para ti.

É natural que não te sintas à vontade para falar, mas faz um esforço por ti e porque mereces ter liberdade: depois de denunciares o bully aos adultos, deves ficar orgulhoso de ti pela tua coragem.

Ser vítima de bullying não é uma vergonha, ninguém deve ser magoado ou humilhado.

Às vezes, podes ter vontade de faltar às aulas, mas se ficares em casa só fazes com que o bully se sinta mais forte e pense que tens medo dele. Pede ajuda aos teus pais, padrinhos e professores e não o deixes pensar que é mais forte do que tu.

Não te culpes se não conseguires defender-te do bully, o problema são os comportamentos dele, não os teus.

Não leves muito dinheiro ou coisas caras para a escola.

Os teus amigos ou companheiros que testemunham o bullying também podem apresentar os mesmos sintomas que tu, que foste agredido.

Em caso de perigo, grita e foge ou pede ajuda a um adulto.

Como podes ajudar a reduzir o bullying na tua escola?

Podes falar com o teu professor ou director de turma para criarem um programa anti-bullying de modo a melhorar as relações sociais positivas entre as pessoas. Este programa pode incluir o reforço das regras escolares contra o bullying, reuniões com todas as turmas da escola para aumentar o conhecimento sobre o bullying e a empatia, a criação de atividades anti-bullying, incluindo actividades recreativas, entre jovens e adultos, bem como actividades extracurriculares que envolvam as crianças e jovens em contextos saudáveis, reuniões com pais e os adultos da comunidade escolar, com a intenção de bloquear atitudes de violência e intervenção psicológica com crianças que praticam bullying e com aquelas que são vítimas.

Sugerir correcção
Comentar