Será o sol amigo ou inimigo das crianças?
As crianças até aos 12 meses não devem ser expostas ao sol diretamente. No exterior devem ser mantidas em sombras – árvores, tendas, chapéus de sol – e protegidas com chapéu de aba larga que protejam rosto, orelhas e a parte de trás do pescoço que são áreas corporais muito sensíveis.
O sol é fonte de vida e a luz do sol regula os nossos ritmos e atividades. A exposição ao sol está associada a uma sensação de bem-estar, lembra convívios, férias, lazer e atividades desportivas e por isso é apreciada.
A exposição à luz solar permite a produção de vitamina D (que é essencial para o bom funcionamento do organismo), regula a produção de outras hormonas como a serotonina e a melatonina e também ajuda no tratamento de algumas doenças como a psoríase.
Contudo, há também riscos associados a uma exposição solar desprotegida ou prolongada. A curto prazo, o sol pode causar queimaduras solares ou “escaldões”, alergias e insolações e mais tarde na vida provoca o envelhecimento da pele, aumenta o risco de catarata e outras doenças oculares bem como alguns tipos de cancro de pele.
As crianças são particularmente sensíveis aos efeitos negativos do sol porque a sua pele é mais fina e permeável, absorve mais facilmente a radiação e queima mais rapidamente. Uma vez que as crianças têm muitas atividades no exterior, estão mais expostas ao sol que os adultos, durante o ano.
As famílias têm de estar alertadas para os riscos e seguir alguns cuidados para garantir uma exposição ao sol em segurança particularmente com as crianças.
As crianças até aos 12 meses não devem ser expostas ao sol diretamente. No exterior devem ser mantidas em sombras – árvores, tendas, chapéus de sol – e protegidas com chapéu de aba larga que protejam rosto, orelhas e a parte de trás do pescoço que são áreas corporais muito sensíveis. As roupas devem ser leves, de cores claras, preferencialmente de algodão.
As crianças mais pequenas devem usar blusas com manga comprida e calças para uma maior proteção. Os tecidos de trama mais apertada (que deixam passar menos luz) são mais eficazes. Há no mercado vestuário com fator de proteção solar que poderá ser opção em algumas situações como idas à praia.
Para todas as crianças deve evitar-se a exposição nas horas de maior intensidade solar, particularmente entre as 11 e as 16h, incluindo a prática de atividades desportivas. As escolas, ATL, grupos desportivos, devem criar ambientes seguros de sombra para as crianças permanecerem nestas horas.
Quando brincam na praia as crianças devem usar fato de banho, camisola de algodão e chapéu e não devem estar despidas.
Os protetores solares são uma proteção adicional. Não estão recomendados em crianças com idade inferior a seis meses.
As crianças entre os seis meses e os três anos devem usar um protetor solar de filtros minerais (que refletem a radiação) diminuindo o risco de alergias e outras reações da pele. O fator de proteção deve ser superior a 30, idealmente 50+ e devem ter proteção para UVA e UVB.
Recomenda-se que a aplicação seja feita 30 minutos antes da exposição solar, em todas as partes do corpo que vão ficar expostas incluindo nariz, orelhas, dorso dos pés e mãos. Deve ser renovada a aplicação a cada duas horas e sempre após o banho ou transpiração significativa.
Em viagens de avião a grande altitude é recomendado também a aplicação de protetor solar.
Atenção ao prazo de validade do protetor solar, é recomendável a sua renovação a cada ano.
Nos dias nublados a radiação UV também está lá e os cuidados devem manter-se pois o risco de escaldões é real.
É importante lembrar a necessidade de beber frequentemente água ou sumos de fruta sem açúcar para evitar a desidratação.
A utilização de óculos de sol em crianças é fortemente recomendada em todas as atividades ao ar livre, quer seja praia, campo ou neve. Os olhos e a pele à volta dos olhos das crianças são muito sensíveis. A imaturidade destas estruturas não permite filtrar os raios UV eficazmente, o que pode ser prejudicial. Devem ser escolhidas lentes com proteção UVA e UVB 99-100%, os óculos devem cobrir os olhos e a pele à volta dos olhos e devem ter tamanho e formato adequados ao rosto da criança para serem confortáveis e bem tolerados.
As vantagens do sol são inúmeras e garantir uma exposição solar segura é obrigação de todos os cuidadores. Dar o exemplo e cumprir com as recomendações é a melhor forma de transmitir às crianças cuidados e regras simples que garantem bem-estar e saúde e nos permitem retirar do sol mais benefícios do que desvantagens.
A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990