Em Stanly County, na Carolina do Norte, Oscar, um cão preto e castanho com cerca de 23 quilos, foi abandonado num canil por, alegaram os antigos donos, ser gay. A história tornou-se viral e não demorou muito até surgir um casal — homossexual — interessado em adoptá-lo.
De acordo com o canal local WCCB, o primeiro a noticiar o sucedido, o abrigo municipal Stanly County Animal Protective Services estima que o animal (que se chamava Fezco) tenha entre quatro e cinco anos. É um cão dócil, interagindo pacificamente tanto com pessoas como com outros animais. Os antigos donos abandonaram-no porque terá tentado acasalar com outro macho.
John Winn e Steve Nichols estão juntos há 30 anos e, como contaram ao WCCB, também sofreram discriminação ao longo das suas vidas. Perante este caso, sentiram uma conexão imediata com o cão, acolhendo-o: “Pensámos apenas que faria sentido o cão gay ser adoptado por uma família amorosa gay.” Assim, deram-lhe uma nova casa e um novo nome: Oscar, em honra do poeta irlandês Oscar Wilde, que também era homossexual.
Esta história teve um final feliz, mas não é a primeira vez que surgem casos de discriminação relacionados com a alegada orientação sexual de animais. Já em 2013, como relata na TIME, um pitbull chamado Elton passou por uma situação semelhante, tendo quase sido abatido.
A ASPCA - American Society for the Prevention of Cruelty to Animals explica que este tipo comportamentos podem acontecer nos cães, mas não têm necessariamente de traduzir a sua orientação sexual. Pelo contrário, há uma série de razões que levam os animais a tentar acasalar com outros do mesmo sexo: brincadeira, aliviar o stress ou até para mostrar domínio.
A homossexualidade nos animais continua a ser estudada e debatida pela comunidade científica. No entanto, de acordo com a PETA – People for the Ethical Treatment of Animals, há várias espécies onde se confirma a existência de parceiros do mesmo sexo. Entre elas estão leões, golfinhos, girafas, elefantes, pinguins e macacos.
Texto editado por Amanda ribeiro