Bastaram parcos minutos para se conhecer a decisão da juíza Brenda Penny sobre o fim da tutela que dominava, há quase 14 anos, a vida pessoal e profissional de Britney Spears: “já não é necessária”, disse a magistrada, citada pelo The New York Times.
A audiência, que decorreu no Tribunal Stanley Mosk, em Los Angeles, à porta fechada, começou pouco depois das 13h30 em Los Angeles (21h30, em Lisboa), e cerca de meia hora depois soube-se a decisão.
A juíza Brenda Penny disse que a tutela que supervisionou a vida pessoal e as finanças da cantora deveria ser terminada com efeito imediato, dispensando a avaliação psiquiátrica que habitualmente se realiza nestes casos, mas da qual a artista tinha pedido dispensa, uma vez que a própria tutela, explicou a magistrada, tinha sido decidida de forma voluntária, em 2008.
No entanto, o diferendo entre Britney Spears e o pai não deverá ficar por aqui. Primeiro, porque o curador profissional indicado pelo tribunal em Setembro, John Zabel, continuará a trabalhar para resolver “preocupações financeiras em curso relacionadas”. Depois, porque o advogado da cantora, Matthew Rosengart, continua a insistir que o progenitor seja investigado por suspeita de má gestão.
Enquanto isso, nas ruas em torno do edifício do tribunal, muitos fãs da artista reuniram-se na esperança de que hoje fosse o dia em que era decretado o fim da tutela a que Britney Spears estava sujeita. E a espera deu frutos, com a multidão a celebrar.
No início do dia, no Instagram, o namorado de Britney, o actor Sam Asgari, partilhou um vídeo da cantora com uma T-shirt onde se lê “#FreeBritney - É um movimento de direitos humanos”.
Entretanto, o apoio a Britney não está a acontecer apenas à porta do tribunal. Pelas redes são vários os anónimos que festejam a novidade, mas também muitos famosos.
Uma nova vida para Britney
Com o fim da tutela, abre-se um novo capítulo para Britney Spears, que anunciou estar noiva e fez saber que pretende ter filhos do actual companheiro — algo que até aqui não podia, já que era forçada a usar um método contraceptivo. Este foi apenas um dos pontos que levou a cantora a descrever a tutela como “estúpida” e “abusiva”, numa declaração emotiva, em Junho, que acabaria por mudar o curso da gestão da sua vida.
Spears, a artista fenómeno da música pop do início do milénio, perdeu o direito à gerir a sua vida depois de ter sofrido um colapso mental e de ter sido internada compulsivamente, no início de 2008. A partir de então, passou a viver sob uma tutela aprovada por tribunal, que o seu pai assumiu, tanto no papel de tutor — sendo responsável pela sua vida pessoal e decisões médicas (cargo que abandonou por problemas de saúde, em 2019, deixando a agente Jodi Montgomery temporariamente nesse papel) — como de curador da fortuna, primeiro em conjunto com o advogado Andrew Wallet e, depois de 2019, sozinho e à frente de um património avaliado em 60 milhões de dólares.
Durante o tempo que durou a tutela, a cantora relatou que não podia sequer arranjar as unhas ou o cabelo sem a autorização do pai, apesar de ter continuado a trabalhar e a gerar dinheiro.
A situação acabou por ser denunciada num documentário do New York Times, no início deste ano. A cantora condenou o que veio a público, mas isso não impediu que o movimento viral #FreeBritney crescesse, com fãs que acreditavam que a estrela estava na situação contra a sua vontade — algo que a própria acabaria por admitir.