Marinha investiga denúncia de comportamentos abusivos entre cadetes
Queixa, que não foi dirigida directamente à Marinha, foi redigida por familiar de um dos cadetes de primeiro ano. Comportamentos denunciados terão ocorrido em contexto de praxe.
A Marinha está a investigar uma queixa sobre comportamentos abusivos entre cadetes da Escola Naval. Ao que o PÚBLICO conseguiu apurar, esta denúncia – que não foi dirigida directamente à Marinha – partiu de um familiar de um dos cadetes de primeiro ano. Tendo conhecimento da existência da mesma, este ramo das Forças Armadas abriu uma investigação interna, de modo a determinar se há matéria que justifique a abertura de um processo de averiguação.
No comunicado publicado pela Marinha ao final da noite de terça-feira a dar conta da situação, não são adiantados quaisquer pormenores sobre o incidente: a única informação avançada prende-se justamente com o arranque de “diligências internas” para comprovar “a veracidade dos factos relatados” e eventuais responsabilidades.
A TVI escreve que o alegado incidente ocorreu em contexto de praxe – prática não permitida na Escola Naval –, com a queixa a visar vários cadetes mais velhos por actos de violência.
Em 2018, vários pais de cadetes de primeiro ano denunciaram praxes abusivas na Escola Naval: os alunos seriam deixados “nus na parada" pelos cadetes mais velhos, andando com “sacos amarrados na cabeça” durante vários minutos. Alguns pais chegariam mesmo a descrever actos de tortura de sono.
Estes relatos, revelados através da comunicação social e das redes sociais, seriam investigados pela Marinha. Dois comandantes (o do Corpo de Alunos e o da 4.ª companhia) seriam afastados em Janeiro de 2019, um mês após o surgimento das queixas dos pais.