A Adega da Taboadella já não é “a adega dos nossos avós”, mas não podia ser outra coisa

Fernando Guerra
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Por entre os cerca de 50 hectares da Quinta da Taboadella, comprada pelo Grupo Amorim em 2018, na região vinícola do Dão, existia um armazém que urgia transformar em adega. A tarefa coube ao arquitecto Carlos Castanheira.

Com um desenho simples e funcional, “a adega promove uma ligação forte com a natureza, usando materiais como a cortiça e a madeira", sem se deixar de preocupar com a "economia de energia, tratamento de águas residuais e triagem de resíduos sólidos", pode ler-se no site da propriedade. Mas era fundamental que, antes mesmo da função estética, o espaço respondesse à função a que se destinava: “Embora já não seja a adega dos nossos avós, é importante que se perceba que é uma adega”, confidencia o arquitecto ao P3.

Em constante diálogo e articulação com a equipa técnica, responsável pela produção e vinificação, Carlos Castanheira transformou o precário edifício existente numa adega moderna de 2500 metros quadrados, onde já se realizaram duas vindimas, que “não só respeita as exigências legais impostas para a actividade, como é funcional”.

Para o arquitecto, “a indústria do vinho não pode ser vista como qualquer outra indústria, tem algo de nobreza”. Para uma actividade nobre, materiais à altura: “A característica principal do edifício é ser uma grande construção, com grandes peças estruturais em madeira, com um revestimento exterior em cortiça, que é um grande isolante térmico. Ambos mantêm em perfeitas condições o vinho.”

Para além de se enquadrarem na paisagem, estes materiais têm uma “relação muito forte com o vinho”, considera o arquitecto. “Associam-se facilmente, e bem, a um bom vinho e era isso que se pretendia.” A Adega da Taboadella caracteriza-se por “duas grandes naves, dois volumes, com dois telhados com clarabóias”, onde a produção e o envelhecimento se organizam e distribuem. A opção das clarabóias prendeu-se com a preocupação com a luz e a sombra. Viradas a Norte, “permitem manter a luminosidade necessária e suficiente para que a sombra crie o ambiente e a temperatura que uma adega tem que ter”.

Ao longo do projecto, concluído em 2020, existiu a preocupação de criar, num mesmo edifício, espaços distintos: uns exclusivamente industriais dedicados à produção e uma área reservada a visitantes, para a degustação ou prova de vinhos. Uma grande varanda permite também apreciar a paisagem ao redor.

Texto editado por Amanda Ribeiro

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