Fotogaleria

Para todos os que põem luzes de Natal em casa

Já não passo pela casa há anos, mas sempre que vejo luzes de Natal a serpentear varandas ou homens barbudos a treparem a janela de salas escolas lembro-me dela.

Iluminações de Natal numa casa Paulo Pimenta
Fotogaleria
Iluminações de Natal numa casa Paulo Pimenta

Quando era pequena e saía de casa dos meus avós maternos depois do jantar, nas noites em que a minha mãe trabalhava no hospital e o meu pai nos agasalhava aos três para voltarmos a casa, havia um momento da viagem de carro em que todos despertávamos. As caras encostadas aos vidros embaciados iluminavam-se ao passar por aquela casa em Oliveira do Douro, em Gaia, onde todos os anos o espectáculo de luzes de Natal — eram centenas de LEDS, nas árvores e esculturas do jardim e a acompanhar a fachada — era diferente. Não me recordo de ver as montagens. Só sabia que uma noite a rua estava escura e na outra ficava de dia até ao final do ano.

Quando já éramos adolescentes e não cantávamos ou dormíamos até à porta de casa, o silêncio mal-humorado de um dia inteiro de escola e trabalho dissipava-se nos minutos de conversa de circunstância sobre aquela cena. Já não passo pela casa há anos, mas sempre que vejo luzes de Natal a serpentear varandas ou homens barbudos a treparem a janela de salas escolas lembro-me dela.

Gosto de pensar como planeavam impressionar no ano seguinte os carros que se desviavam do caminho só para ali passarem e nas conversas entre vizinhos nas vésperas de Dezembro (ou, cada vez mais, de Novembro). Não sei quando o começaram a fazer, nem porquê, mas gosto que o façam ano após ano sem qualquer lógica prática, mesmo nos anos onde a vida poderá ter corrido pior. Fazem-no porque gostam, espero, e porque faz os outros — ou alguns outros — felizes. Espero também que entretanto tenham mudado para luzes solares e que as reutilizem todos os anos, em formações diferentes, mas não é nisso que penso quando vejo as luzes que chamaram a atenção do fotojornalista do PÚBLICO Paulo Pimenta, nas viagens de trabalho que faz sozinho. Penso como, mesmo quando tudo está péssimo, há quem tente manter um espírito natalício. Seja isso o que for. Renata Monteiro

Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
,
, Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
Paulo Pimenta