Concurso
Perfeitos acasos e retratos sem pose: há beleza nas ruas e no “mundano”
“Interessam-me os gestos e olhares fugazes, momentos de conexão no meio urbano, a dança efémera da luz e sombra e a vida nas ruas", diz um dos vencedores do concurso que premeia as melhores fotografias de rua de 2021.
São milhares os olhares possíveis sobre a mesma rua, no mesmo instante. Desde 2020, a Street Photography Foundation premeia os olhares mais atentos e criativos à azáfama do quotidiano: dos perfeitos acasos aos retratos sem pose. Eis os finalistas e vencedores da edição deste ano do concurso.
“Caminho pelas ruas de Nova Iorque e fotografo desconhecidos. Os acasos, o efémero, um profundo respeito e valorização do mundo tal como o encontramos: estes são elementos essenciais à minha perspectiva”, explica o grego Dimitri Mellos, escolhido pelo júri como um dos melhores fotógrafos de rua do ano.
Dimitri contraria a ideia de que a cidade condena todos ao “esquecimento” e indiferença. Fotografa o "mundano", mas procura também algo que o transcenda. “Interessam-me os gestos e olhares fugazes, momentos de conexão no meio urbano, a dança efémera da luz e sombra e a vida nas ruas.”
Este ano, Dimitri Mellos leva para casa mil dólares (equivalente a 860 euros), como vencedor da categoria Series Image. Maude Bardet recebe a mesma quantia como primeiro lugar na categoria Single Image, com o registo de um leilão de cabras em Omã. Em 2022, qualquer fotógrafo, amador ou profissional, pode voltar a concorrer. Basta ter mais de 18 anos.
O britânico Alan Burles, um dos finalistas, deixa uma mensagem aos que, um pouco por todo o mundo, descobrirem o sentido de humor nas suas fotografias: “Se há forma de nos destacarmos entre a abundância de imagens que existe hoje, é termos a nossa própria voz, a nossa própria forma de olhar. Esforço-me por isso todos os dias.”