Fotografia
A vida selvagem volta a espantar-nos neste concurso de fotografia quase irreal
Um resiliente canguru-cinzento-oriental e a cria fitam a câmara de Jo-Anne McArthur, no meio de uma plantação de eucaliptos queimados. “A imagem de esperança”, um símbolo do regresso da vida selvagem depois dos fogos florestais que devastaram a Austrália em 2019 e 2020, valeu à fotojornalista e activista pelos direitos dos animais o grande prémio do BigPicture.
O concurso de fotografia de vida selvagem premeia há oito anos os fotógrafos amadores e profissionais que “celebram e ilustram a rica diversidade da vida na Terra e inspiram acções para a proteger e conservar através do poder das imagens”.
Estima-se que quase três mil milhões de animais nativos da Austrália pereceram ou foram deslocados nos incêndios florestais, uma das ameaças à vida selvagem entre as imagens em exposição na California Academy of Sciences. A poluição marinha, que ganha a forma de uma máscara descartável, as alterações climáticas e a caça também surgem representadas no concurso que distribui 12 mil euros pelos vencedores.
“Penso que esta imagem é emblemática desta época da História e das crises ecológicas que todos enfrentamos a nível mundial”, escreveu McArthur, no Instagram, depois de ser anunciada como grande vencedora. “Quando digo todos, refiro-me a cada uma das espécies, tanto selvagens como domésticas. Quando os animais que fotografo olham para mim, estão a olhar para todos nós através das minhas imagens. Desde os porcos na caixa de gestação, aos primatas utilizados para a investigação, e aos animais selvagens como esta mamã canguru, eles parecem estar a fazer-me, a todos nós, as mesmas perguntas: O que é que estás a fazer? O que é que fizeram? O que se segue?”